quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A alegria das almas do purgatório – Santa Catarina explica sua crescente visão de Deus
Santa Catarina de Gênova
Nenhum contentamento pode ser comparado ao das almas do purgatório, a não ser o dos santos do Céu. Esse contentamento aumenta sem cessar pelo embebimento de Deus nas almas à medida em que os impedimentos desaparecem. Tais impedimentos são as manchas do pecado e o fogo os consome sem “saudade”, de sorte que a alma, neste estado, se abre continuamente para receber a divina comunicação.
Um espelho recoberto não pode refletir o sol, não por nenhum defeito deste astro, mas simplesmente por causa da resistência do anteparo. Mas se esse anteparo for gradualmente retirado, o espelho será pouco a pouco acessível aos raios do sol. Assim são as manchas que obscurecem a alma. No purgatório as chamas as consomem constantemente e, à medida em que elas desaparecem, a alma reflete mais e mais perfeitamente o verdadeiro sol, que é Deus.
A felicidade da alma aumenta também na medida que o obstáculo for diminuindo. Exposta, então, aos raios divinos a alma é iluminada progressivamente até que sua purificação seja perfeita. Todavia, conquanto o tempo seja abreviado, a pena jamais diminui, porque, como a vontade das almas do purgatório estão completamente unidas à de Deus pela caridade perfeita, e elas se sentem tão contentes de estar colocadas sob a divina dependência, não se pode dizer que sua pena seja um sofrimento.
Todavia, é igualmente verdadeiro que elas suportam tormentos indescritíveis e que nenhuma inteligência pode compreender, a menos que seja revelado por uma graça especial, como a que Deus se dignou me conceder, mas que sou incapaz de explicar. Esta visão jamais saiu de minha memória. Eu a descrevi na medida que me foi possível e aqueles a quem o Senhor se dignar abrir a inteligência me compreenderão.
Extraído de Santa Catarina de Gênova e Suas visões do Purgatório
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