É da segunda carta de São Pedro a recomendação: "O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça. Vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que ele vos encontre numa vida pura, sem mancha e em paz. Considerai também como salvação a paciência de nosso Senhor" (2 Pd 3,12-15). Aliás, já vivemos no fim dos tempos, desde que veio o Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Inaugurou-se, pela bondade de Deus, o tempo novo. Somos por ele chamados a viver nesta terra antecipando e apressando o dia de Deus (cf. 2 Pd 3,12).
Logo, nenhuma preocupação com o fim do mundo, mas muita ocupação em viver neste mundo com justiça e piedade. Quando se completar a obra, esta chegará ao seu término, será completa, chegará ao fim! Vale a pena buscar um roteiro de viagem para a caminhada nesta terra, ocupando-nos com o que constrói desde já o Reino de Deus, no qual também os seus filhos reinarão.
Temos uma virtude, que é dom de Deus recebido de presente no Batismo, a esperança, que nos dá a certeza de não estarmos num beco sem saída. Não fomos jogados neste mundo, como obra do acaso! Temos nome diante a face de Deus, somos reconhecidos e tratados como filhos e destinados à felicidade. O Pai do Céu fez este mundo como paraíso para suas criaturas, e é nossa missão lutar para que ele seja assim e para todos. Daí, faz parte da missão do cristão reconstruir, consertar, tomar iniciativa, espalhar o bem, semear por acreditar na colheita, não só aquela do final dos tempos, mas as muitas e sucessivas florações do jardim de Deus em torno a nós. Em qualquer etapa da viagem, a meta é certa!
Não perder tempo, mas preencher com amor a Deus e ao próximo cada instante da existência. Quem chega ao fim de um dia maravilhosamente cansado, depois de ter feito o bem, será feliz e realizado. Nem terá tempo para medo de escuridão ou dos inexistentes fantasmas que podem povoar a "louca da casa", a imaginação. Não terá medo da morte, pois sabe que ela um dia chegará no melhor momento da existência de cada pessoa. É que Deus, sendo Amor, colherá a flor da vida de cada filho ou filha no tempo certo, pois para ele um dia é como mil anos e mil anos como um dia (Sl 89,4). Ninguém na ociosidade! Não perder tempo!
Ao longo da estrada, há sinais oferecidos por Deus, mostrando o rumo da viagem. Pode ser o irmão caído beira do caminho, um grito que pede atenção. Ali, há que descer da montaria de nosso orgulho ou falta de tempo, derramando o óleo e o vinho do afeto (Cf. Lc 10,30-37), dando o que pudermos para que aquele que caiu seja confiado à "estalagem" chamada Igreja, a quem cabe cuidar da humanidade até o Senhor voltar! Muitas vezes será a palavra anunciada, "oportuna e inoportunamente" (2 Tm 4,2), cujo som ecoa e chega ao ouvido e ao coração. Até o Senhor voltar, sinal será a comunidade que participa da Eucaristia, enquanto espera sua vinda, clamando quotidianamente "Vem, Senhor Jesus". Na Eucaristia, torna-se presente o sacrifício de Cristo, sua Morte e Ressurreição. Mesa preparada, irmãos acolhidos, Céu que se antecipa e nos faz missionários! Acolher a todos e fazer crescer a Igreja.
Quem escolhe o seguimento de Jesus Cristo prestará atenção nos "sinais dos tempos", aprendendo com as lições de sua história pessoal e dos acontecimentos. Para dar um exemplo, ao ler ou ouvir as notícias diárias de crises, crimes ou desastres, saberá ir além dos sustos ou escândalos. Ao invés de achar que o fim do mundo está chegando, porá mãos à obra, buscando todos os meios para que o dia de amanhã seja melhor do que hoje. Será sua tarefa ir além das eventuais emoções oferecidas pelos acontecimentos, para edificar com serenidade e firmeza o futuro. Se para tanto haveremos sempre de contar com a graça de Deus, que ninguém se esqueça de que, após a criação do mundo, o cuidado com tudo o que era "muito bom" (Cf. Gn 1,1-31) foi entregue ao homem e a mulher. Responsabilidade!
Mais ainda! Quem olha ao seu redor, verá que a viagem se faz em comunhão com outras pessoas. Ninguém tem todos os dons e todas as capacidades. O apóstolo São Paulo já ensinava, comparando com o corpo a vida da Igreja (Cf. 1 Cor 12,1-31) o jeito de partilhar com os outros na aventura da existência nesta terra. Enquanto caminhamos, é bom aprender as leis da eternidade, onde Deus será tudo em todos. Partilhar os dons e os bens, superar a ganância e aproveitar todas as ocasiões para estar com os outros, construindo um mundo de irmãos. Na eternidade, não haverá luto, nem dor, egoísmo ou tristeza! É bom antecipá-la!
Assim, ouvir a Igreja que fala do fim dos tempos, será uma positiva provocação a todos os cristãos. Atenção aos avisos de trânsito na estrada do Reino definitivo: "A meta é certa!"; "Não perder tempo!"; "Acolher a todos e fazer crescer a Igreja!"; "Responsabilidade!"; "Antecipar os valores da eternidade!" Poderemos então rezar confiantes: "Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas". Amém! Maranatha! Vem, Senhor Jesus! Amém!
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo Metropolitano de Belém
Logo, nenhuma preocupação com o fim do mundo, mas muita ocupação em viver neste mundo com justiça e piedade. Quando se completar a obra, esta chegará ao seu término, será completa, chegará ao fim! Vale a pena buscar um roteiro de viagem para a caminhada nesta terra, ocupando-nos com o que constrói desde já o Reino de Deus, no qual também os seus filhos reinarão.
Temos uma virtude, que é dom de Deus recebido de presente no Batismo, a esperança, que nos dá a certeza de não estarmos num beco sem saída. Não fomos jogados neste mundo, como obra do acaso! Temos nome diante a face de Deus, somos reconhecidos e tratados como filhos e destinados à felicidade. O Pai do Céu fez este mundo como paraíso para suas criaturas, e é nossa missão lutar para que ele seja assim e para todos. Daí, faz parte da missão do cristão reconstruir, consertar, tomar iniciativa, espalhar o bem, semear por acreditar na colheita, não só aquela do final dos tempos, mas as muitas e sucessivas florações do jardim de Deus em torno a nós. Em qualquer etapa da viagem, a meta é certa!
Não perder tempo, mas preencher com amor a Deus e ao próximo cada instante da existência. Quem chega ao fim de um dia maravilhosamente cansado, depois de ter feito o bem, será feliz e realizado. Nem terá tempo para medo de escuridão ou dos inexistentes fantasmas que podem povoar a "louca da casa", a imaginação. Não terá medo da morte, pois sabe que ela um dia chegará no melhor momento da existência de cada pessoa. É que Deus, sendo Amor, colherá a flor da vida de cada filho ou filha no tempo certo, pois para ele um dia é como mil anos e mil anos como um dia (Sl 89,4). Ninguém na ociosidade! Não perder tempo!
Ao longo da estrada, há sinais oferecidos por Deus, mostrando o rumo da viagem. Pode ser o irmão caído beira do caminho, um grito que pede atenção. Ali, há que descer da montaria de nosso orgulho ou falta de tempo, derramando o óleo e o vinho do afeto (Cf. Lc 10,30-37), dando o que pudermos para que aquele que caiu seja confiado à "estalagem" chamada Igreja, a quem cabe cuidar da humanidade até o Senhor voltar! Muitas vezes será a palavra anunciada, "oportuna e inoportunamente" (2 Tm 4,2), cujo som ecoa e chega ao ouvido e ao coração. Até o Senhor voltar, sinal será a comunidade que participa da Eucaristia, enquanto espera sua vinda, clamando quotidianamente "Vem, Senhor Jesus". Na Eucaristia, torna-se presente o sacrifício de Cristo, sua Morte e Ressurreição. Mesa preparada, irmãos acolhidos, Céu que se antecipa e nos faz missionários! Acolher a todos e fazer crescer a Igreja.
Quem escolhe o seguimento de Jesus Cristo prestará atenção nos "sinais dos tempos", aprendendo com as lições de sua história pessoal e dos acontecimentos. Para dar um exemplo, ao ler ou ouvir as notícias diárias de crises, crimes ou desastres, saberá ir além dos sustos ou escândalos. Ao invés de achar que o fim do mundo está chegando, porá mãos à obra, buscando todos os meios para que o dia de amanhã seja melhor do que hoje. Será sua tarefa ir além das eventuais emoções oferecidas pelos acontecimentos, para edificar com serenidade e firmeza o futuro. Se para tanto haveremos sempre de contar com a graça de Deus, que ninguém se esqueça de que, após a criação do mundo, o cuidado com tudo o que era "muito bom" (Cf. Gn 1,1-31) foi entregue ao homem e a mulher. Responsabilidade!
Mais ainda! Quem olha ao seu redor, verá que a viagem se faz em comunhão com outras pessoas. Ninguém tem todos os dons e todas as capacidades. O apóstolo São Paulo já ensinava, comparando com o corpo a vida da Igreja (Cf. 1 Cor 12,1-31) o jeito de partilhar com os outros na aventura da existência nesta terra. Enquanto caminhamos, é bom aprender as leis da eternidade, onde Deus será tudo em todos. Partilhar os dons e os bens, superar a ganância e aproveitar todas as ocasiões para estar com os outros, construindo um mundo de irmãos. Na eternidade, não haverá luto, nem dor, egoísmo ou tristeza! É bom antecipá-la!
Assim, ouvir a Igreja que fala do fim dos tempos, será uma positiva provocação a todos os cristãos. Atenção aos avisos de trânsito na estrada do Reino definitivo: "A meta é certa!"; "Não perder tempo!"; "Acolher a todos e fazer crescer a Igreja!"; "Responsabilidade!"; "Antecipar os valores da eternidade!" Poderemos então rezar confiantes: "Senhor nosso Deus, fazei que nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas". Amém! Maranatha! Vem, Senhor Jesus! Amém!
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo Metropolitano de Belém
Vaticano, 18-11-12: Papa desvaloriza previsões apocalípticas sobre o fim do mundo
Bento XVI diz que os católicos têm de evitar leituras superficiais da existência
Bento XVI desvalorizou hoje no Vaticano as previsões sobre o fim do mundo e lembrou que Jesus evitou agir como um “vidente”, mesmo quando usava imagens apocalípticas nos seus discursos.
“Ele (Jesus), pelo contrário, quis afastar os seus discípulos de todos os tempos da curiosidade sobre as datas, as previsões, e que dar, pelo contrário, uma chave de leitura profunda, existencial e indicar, sobretudo, o caminho correcto”, disse o Papa,, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.
Após destacar que Cristo “não descreve o fim do mundo”, Bento XVI observou que “o tempo tem um objectivo”, apesar de todas as dificuldades que atingem as pessoas.
“Também nos nossos dias não faltam calamidades naturais e, infelizmente, guerras e violência. Também hoje temos necessidade de um fundamento estável para a nossa vida e a nossa esperança, ainda mais por causa do relativismo em que estamos mergulhados”, precisou.
O Papa pôs este fundamento na Palavra de Deus, à qual “todas as criaturas, desde os elementos cósmicos – sol, lua, firmamento – obedecem”.
“Com a esperança perseverante na vitória da Cruz, o coração humano encontrará sempre um chão firme, a verdadeira paz, na presença constante do Senhor, verdadeiro fim de todas as coisas, cuja ajuda nunca nos abandona”, acrescentou.
Bento XVI convidou os fiéis a “participar regularmente na missa dominical, necessária para cada cristão”.
O fim do mundo
Para o cristão o Senhor será sempre a meta
Muita gente está assustada com as previsões que andam no ar. Isto não passa de mais um momento de sensacionalismo, daquilo que é próprio de uma cultura cheia de vulnerabilidade e insegurança. Dizem que é o “dia galáctico”, até interpretado como “fim do mundo”. Apenas digo ser verdade que a profecia não é verdade.
O profeta Daniel descreve o fim dos tempos e a evidência da ressurreição (Dn 12, 1-3), mas tal realidade só pode acontecer por uma intervenção decisiva de Deus, quando cada pessoa receber o destino de acordo com o seu proceder na terra: uns, para a vida eterna, e outros para a ignomínia eterna.
Daniel cita a sabedoria como aquilo que constrói o destino das pessoas. Quem age com meios violentos não consegue fazer prevalecer o direito de Deus. É a partir daí que vai acontecer o julgamento divino, “que tarda, mas não falha”. O que vai ficar é a justiça divina e a glória para quem a faz acontecer.
A meta da história está centrada no facto de que é Deus quem a dirige, levando consigo a ideia do seu triunfo final sobre todo o mal. Isto significa que o mundo tem uma meta, a consumação do plano de Deus. Cabe às pessoas, cabe a cada um de nós, uma atitude de vigilância, porque há uma certeza de que o Senhor virá.
Na visão bíblica, parece não existir fim do mundo, mas fim dos tempos, que vai coincidir com o retorno de Jesus Cristo na glória da Sua Ressurreição. Ele virá para julgar o mundo e a história. O povo eleito, disperso por toda a terra, será reunido e os justos estarão definitivamente com o Senhor.
O cristão deve ter em mente que o fim é acontecimento presente, que influencia o seu pensar, julgar e agir. Um presente que é passageiro, transitório, mas apoiado na firmeza da Palavra do Senhor. Só Deus pode determinar o que chamamos de fim dos tempos. O dia vai chegar, mas isto não está nas mãos dos homens, mas do Senhor.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG
Fonte-JAM
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