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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Egipto: “Cristãos estão a viver a pior época dos últimos anos”, denuncia bispo à Fundação AIS


“Os cristãos estão a viver a pior época dos últimos anos”, afirmou o bispo copta-ortodoxo Anba Stephanos, da diocese de Beba e Elfashn, à Fundação AIS. Segundo o seu testemunho, os cristãos “têm vindo a ser violentamente agredidos e mortos e, pela primeira vez em muitos anos, as igrejas estão a ser sistematicamente destruídas e queimadas”. A par de tudo isto, segundo D. Anba Stephanos, a polícia nada faz e ninguém é levado perante a justiça. O bispo afirma ainda que os meios de comunicação social do Egipto “fazem uma cobertura parcial destes acontecimentos, de forma a não chamarem a atenção dos media internacionais e, dessa forma, se poder fazer alguma pressão sobre o regime”. De qualquer forma, e numa tentativa de romper com este cerco mediático, o massacre dos manifestantes de 9 de Outubro tem vindo a ser exibido por três estações de televisão ligadas à Igreja Copta.

O bispo relatou à Fundação AIS que existe, na sociedade egípcia, uma tentativa de isolamento dos cristãos, que se verifica até em convites à população para boicotar os comerciantes cristãos, não lhes vendendo nem comprando nada, o que já começa a fazer surtir algum efeito com o estrangulamento económico de alguns empresários. Também ao nível do emprego se nota alguma discriminação.

Conhecedor como poucos da realidade egípcia, o bispo Anba Stephanos alertou ainda a comunidade internacional, através da Fundação AIS, para não se depositar demasiadas expectativas nas eleições agendadas já para o mês de Novembro. “O futuro – disse – é absolutamente incerto”. No entanto, os coptas poderão vir a desempenhar um papel importante nesse acto eleitoral por serem uma comunidade numerosa.

D. Stephanos apela à solidariedade dos cristãos em todo o mundo, para que olhem pelos egípcios que vivem como que num limbo e num tempo de incerteza. Por isso, diz, “são urgentes as orações pela liberdade e pela paz, não apenas para o Egipto mas por todo o mundo”. Quanto ao futuro, o prelado garante que “os cristãos estão preparados para o martírio tal como as primeiras comunidades cristãs”. Actualmente, o Egipto tem uma população estimada em cerca de 76 milhões de pessoas, sendo que apenas 12 milhões são cristãos, a maioria pertencentes à Igreja copta-ortodoxa, havendo cerca de 200 mil católicos.

Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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