sábado, 22 de outubro de 2011
Mensagem
Queridos amigos
O homem à beira da estrada parecia preocupado. Uma das mãos segurava uma mala de viagem, a outra tinha o polegar espetado a pedir boleia. Vendo-o já ao longe, o camionista Luís travou. O homem entrou. “Está sozinho?”, perguntou. Luís ia responder que sim, mas reparou na imagem do Padre Pio. “Bom”, disse, “na verdade, nunca vou sozinho”. O homem olhou para trás, mas não estava ninguém. Perplexo, olhou para Luís. Este deu uma curva, um toque na buzina e disse: “Nunca estou sozinho. Deus está sempre comigo. Basta que O queiramos ver. E quando passo por uma igreja como agora dou um toque na buzina para O cumprimentar. Para Ele não se sentir tão abandonado no sacrário”. O homem assustou-se. Por segundos, fixou o olhar em Luís. “Pare”, disse com a voz trémula. “Pare, tenho que voltar. Sou o padre desta localidade e estava a querer fugir daqui”.
O camionista Luís vive na presença de Deus, independentemente de onde está e para onde vai. A sua fidelidade simples nas pequenas coisas salvou a vocação deste padre. O chamamento de Deus seguiu-o até à estrada. “Deus tem necessidade de homens”, afirmou o Papa Bento XVI, na Baviera, em 2006. “Precisa de pessoas que digam: Sim, estou disposto a tornar-me Teu trabalhador na messe, a contribuir para que este fruto que está a amadurecer nas pessoas entre realmente nos celeiros da eternidade,” É a colheita do amor.Mas a semente que brota pode ser abafada. O padre no camião de Luís estava sobrecarregado com as cinco paróquias a seu cargo, com as discussões mesquinhas entre os fiéis, com a solidão. Tinha deixado de rezar, a fonte da sua força estava soterrada. Com a nossa fidelidade na oração, com a nossa alegria de filhos de Deus, podemos ajudar, tal como Luís, a manter vivo o primeiro amor, o receoso e alegre ‘sim‘ no coração dos padres. Quantas vezes também aqui a Igreja sofre!
A nossa Organização é, no seu âmago, uma obra sacerdotal. A sua criação foi impulsionada pelos Papas. O Padre Werenfried concretizou-a no mundo inteiro com o seu ‘sim’. Era, antes de mais, a situação do padre que ele tinha em vista, por ser “aquele por quem passa a força do Senhor“ (Bento.XVI). Ao princípio, a Organização chamava-se Ajuda aos Sacerdotes de Leste. Não deixemos os padres sós. Dêmos-lhes períodos de convivência, de retiros conjuntos, de oração em conjunto. Ajudemolos na sua preparação. E, sobretudo, estejamos com eles na celebração do acto mais sagrado a que Deus os chamou: a celebração da Eucaristia. Peçamo-lhes que rezem missas pelas intenções do Santo Padre, pelas nossas próprias intenções, pelo trabalho desta Organização.
Com as minhas mãos de sacerdote, vazias, mas recheadas por Deus, abençoo-vos todos com gratidão,
Abençoo-vos.
P. Joaquín Alliende, Presidente da AIS Internacional
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