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quinta-feira, 27 de maio de 2010

DIÁLOGOS COM SÃO TOMÁS DE AQUINO - DOUTOR DA IGREJA


- Quem é Deus?
- Um Espírito em três Pessoas; Criador e Soberano Senhor de todas as coisas.
- Que quereis dizer quando dizeis que Deus é espírito?
- Quero dizer que não tem corpo como nós, que está, absolutamente, isento de matéria e de qualquer elemento estranho ao seu ser (III,1-4).

- Que consequências se derivam destes princípios?
- Resulta que Deus é, no sentido mais absoluto e transcendental, o Ser por essência e as restantes coisas são seres particulares, são tais seres e não o Ser. (III,4).

- Deus é perfeito?
- Sim, Senhor; porque nada lhe falta (VII,1).
- É bom?
- É a própria bondade, como princípio e fim de todos os amores. (VI).
- É infinito?
- Sim, Senhor; porque coisa alguma pode imitá-lo.
- Está em toda a parte?
- Sim, porque tudo quanto existe, Nele e por Ele existe. (VII).
- É imutável?
- Sim, porque nada pode adquirir. (IX).
- É Eterno?
- Sim, porque Nele não há sucessão (X).
- Quantos deuses há?
- Um só (XI).
- Existem em Deus os referidos atributos?
- Sim, Senhor, e se não os possuísse não seria o Ser por essência.
- Poderereis demonstrá-los?
- Sim, Senhor; Deus não seria o ser por essência, se não fosse o que existe per se, ou como dissemos, por necessidade de sua natureza. O que existe per se concentra em si mesmo todos os modos do ser; é, portanto perfeito e, sendo perfeito, necessariamente há de ser bom. É, além disso, infinito, condição indispensável para que nenhum ser tenha acção sobre Ele e o limite, e se é infinito possue o dom da ubiquidade. É imutável, porque, se mudasse, havia de ser em busca de uma perfeição que lhe faltasse. Sendo imutável, é eterno, porque o tempo é sucessão e toda sucessão revela mudança. Sendo perfeito em grau infinito, não pode haver mais do que um; se houvesse dois seres infinitamente perfeitos, nada teria um que o outro não possuísse, não haveria meios de distinguí-los e seriam, portanto um (III-VI).

- Podemos ver a Deus enquanto vivemos neste mundo?
- Não, Senhor; não o consente o nosso corpo mortal (XI,1-10)
- Poderemos vê-lo no céu?
- Sim, Senhor; com os olhos da alma glorificada (XII,1-10).
- De quantos modos podemos conhecer a Deus neste mundo?
- De dois: por meio da fé e da razão (XII,12-13).
- Que coisa é conhecer a Deus por meio da razão?
- É conhecê-Lo, mediante as criaturas, obras de suas mãos (XII,12).
- E conhecê-Lo pela Fé?
- É conhecê-Lo, sabendo o que Ele é, pelo que nos revelou de Si mesmo (XII,13).
- Qual destes dois modos de conhecimento é mais perfeito?
- Indubitavelmente, o da fé, dom sobrenatural que nos mostra Deus com uma claridade como jamais o pode conjecturar a razão humana; e ainda que, devido à imperfeição de nosso entendimento percebemos esta claridade manchada de sombras e obscuridades impenetráveis, é todavia dela, como aurora do dia feliz da visão perfeita, que se constituirá a nossa Bem-aventurança no céu (XII,15).

(Suma Teológica em forma de Catequismo – São Tomás de Aquino)

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