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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Lisboa: Arcebispo iraquiano lança apelo: “Por favor, não se esqueçam de nós!”


O futuro dos cristãos no Iraque, tal como em todo o Médio Oriente, é preocupante. Quem o diz é o Monsenhor Louis Sako, Arcebispo de Kirkuk, que se encontrou em Portugal a convite da Fundação AIS para um conjunto de conferências em Lisboa, Fátima e Braga.

Segundo o prelado, os cristãos iraquianos são vítimas constantes de ataques por parte de “fundamentalistas” que ganham cada vez mais poder no contexto regional. Aliás, Louis Sako mostrou-se bastante céptico quanto ao resultado da chamada Primavera Árabe que tem vindo a dar cada vez mais poder aos fundamentalistas islâmicos, como é o caso do Egipto, Tunísia e, agora, na Líbia. “Há a ideia de que se pretende criar um califado no mundo islâmico”, explicou. “Se a situação era má no tempo da ditadura de Saddam Hussein, agora é pior. Mas eu não tenho medo. Sou padre. A minha vida já está entregue”, afirmou o bispo perante uma plateia que enchia a Igreja do Sacramento, ao Chiado, em Lisboa, e que contou com a presença de alguns membros da comunidade iraquiana que vivem em Portugal e que fizeram questão de publicamente testemunhar o apreço pelo trabalho da Igreja no seu país.

Agradecendo o apoio prestado pela Fundação AIS, “que tem sido vital” para a sobrevivência dos cristãos no Iraque, Monsenhor Sako enumerou o longo martírio a que têm estado sujeitos nos últimos anos. “Desde 2003 que já morreram 905 cristãos e 54 igrejas foram atacadas”. Uma vez mais, a responsabilidade “é dos fundamentalistas que querem fundar um estado islâmico governado pela Sharia. Eles impõem as suas ideias, são agressivos e acham que os Estados Unidos têm em marcha uma cruzada contra o Islão. O pior – acrescenta – é que os cristãos iraquianos são vistos como os americanos. Por isso, também somos atacados”.

Lançando um veemente apelo à comunidade internacional, o bispo sintetizou a delicada situação em que vivem os cristãos no Iraque, dizendo: “Estamos isolados, somos poucos e ninguém se lembra de nós. É por isso que a vossa solidariedade é tão importante! Sempre que souberem que um cristão, um padre, é vítima de violência no nosso país, devem protestar. É preciso protestar. Não compreendo porque razão os cristãos na Europa não fazem nada. Parece que têm vergonha…”

E acrescentou, lançando um desafio: “Nestes casos, que a Fundação AIS tem vindo a denunciar, sempre que souberem de alguma coisa, devem apelar ao vosso governo para que eles peçam ao nosso governo, no Iraque, para que sejam respeitados os direitos humanos”. No final da conferência, o arcebispo iraquiano fez um apelo às dezenas de pessoas presentes na Igreja do Sacramento: “Por favor, não se esqueçam de nós!”

Departamento de Informação da Fundação AIS

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