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sábado, 8 de outubro de 2011

OS ESQUECIDOS – Como são esquecidos os mortos!


Santo Agostinho se queixava de que os mortos são muito esquecidos. Realmente. Vai-se logo a memória dos defuntos com os últimos dobres do sino e as derradeiras flores lançadas sobre a sepultura. Quando morremos, partimos para aquela região que a Escritura chama terra oblivionis – a terra do esquecimento. Não tenhamos muita vaidade nem ilusões. Seremos esquecidos!+

Quem se lembrará de nós alguns anos após a nossa morte? Talvez uma lembrança vaga, uma evocação de saudade muito apagada. E como somos orgulhosos hoje! Tanto nos fere à mágoa um esquecimento mesmo involuntário! Felizes os que se desiludem e se desapegam das amizades e vanglórias da terra antes que chegue a Mestra e Doutora da Vida – a Morte!

Como se compadecem todos dos enfermos! Que carinho e solicitude e mil sacrifícios em torno do leito de um pobre doente que geme! Porém, veio a morte. Pranto, homenagens sentidas, flores, túmulos, necrológios, e… esquecimento. Hoje afastam a idéia da morte como se fôssemos todos imortais. É mister esquecer os defuntos, deixá-los no túmulo, evitar esta preocupação doentia da morte e da eternidade.

Morreu… acabou-se! Vamos rir, vamos dançar e cantar. Deixemos que a vida corra alegre e feliz. Não pensemos mais na morte e muito menos em mortos. Não é assim que fala e age o mundo louco e materialista de hoje?

Ai! como são esquecidos os mortos! O materialismo estúpido não compreende nem a beleza, nem a consolação e o culto da memória dos mortos como o tem a Igreja católica. Para nós, eles não morreram, mudou-se-lhes a condição da vida: Vita mutatur, non tollitur!

Na sepultura não se acaba para sempre o homem. Cremos no que dizemos cada dia no Credo: - Eu creio na ressurreição da carne e creio na vida eterna.

A piedade para com os mortos é um ato de fé na vida eterna, uma doce certeza de que nossos mortos queridos não estão perdidos para sempre ao nosso amor. Havemos de os encontrar um dia no seio de Deus! Como é doce, consolador e belo crer na imortalidade e esperar a vida eterna.

Pois si cremos na vida eterna, cremos no purgatório. E si cremos no purgatório; oremos pelos nossos mortos.

Requiem aeternam dona eis Domine! – Dai-lhes, Senhor, o descanço eterno!

Não sabemos então que é nosso próprio interesse orar pelos mortos?

Um dia também iremos para a eternidade e nas chamas do purgatório acharemos tudo quanto tivermos feito na terra pelos mortos. Vamos, pois, neste mês dos defuntos: Missas, Rosários, esmolas, penitência, orações fervorosas pelos nossos mortos queridos.

Como são esquecidos os mortos! exclamava Santo Agostinho! E no entanto, acrescenta São Francisco de Sales, em vida eles nos amavam tanto e (quem sabe?) estão no purgatório por nossa causa …

Nos funerais, lágrimas, soluços e flores. Depois, um túmulo e o esquecimento… Como são esquecidos os mortos!

Tende compaixão de mim!

Tende compaixão de mim!

Miseremini mei! Miseremini mei!

Tal é o gemido do purgatório, o gemido das pobres almas esquecidas.

A Igreja, Mãe carinhosa, nunca se esquece dos seus filhos, mesmo depois que partiram para as regiões da morte e da eternidade. Todos os dias, no altar, ela suplica:- Memento!

Lembrai-vos, Senhor, dos vossos servos e servas que nos precederam com o sinal da fé e agora descançam em paz. A estes e a todos os mais que repousam em Cristo, nós vos pedimos, Senhor, concedei lugar de refrigério, luz e paz.

Que tocante lembrança da Santa Igreja, nossa Mãe! E em todas as Missas que se celebram em todo o universo!

Porque são esquecidas

Sufraguemos nossos mortos. Não os deixemos esquecidos sob qualquer pretexto comodista e de gente sem fé.

Fonte: Socorramos as pobres almas do purgatório – Mons. Ascânio Brandão/AASCJ

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