quinta-feira, 31 de março de 2011
O nome de Maria vem do céu
O sublime nome de Maria não foi encontrado na terra, nem inventado pelo entendimento ou arbítrio dos homens, como se dá com os outros nomes. Veio de Deus e foi-lhe imposto por ordem divina, como o atestam São Jerônimo, São Epifânio, Santo Antonio e outros. Diz Ricardo de São Lourenço:
A Santíssima Trindade vos conferiu este nome, ó Maria, que é superior a todo o nome, depois do nome do Vosso Filho; ela enriqueceu-o de tanto poder e majestade, que ao proferi-lo quer que se dobrem os joelhos os que estão nos céu, na terra e no inferno. Vários privilégios outorgou o Senhor ao nome de Maria. Consideremos apenas um entre todos os demais: quanto Deus o fez suave na vida e na morte aos servos dessa Santíssima Senhora.
Extraído do livro: “Glórias de Maria” de S. Afonso de Ligório
São João, 1
1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2. Ele estava no princípio junto de Deus.
3. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens.
5. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6. Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
7. Este veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9. [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu.
11. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12. Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus,
13. os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15. João dá testemunho dele, e exclama: Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim.
16. Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17. Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18. Ninguém jamais viu Deus. O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
19. Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: Quem és tu?
20. Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: Eu não sou o Cristo.
21. Pois, então, quem és?, perguntaram-lhe eles. És tu Elias? Disse ele: Não o sou. És tu o profeta? Ele respondeu: Não.
22. Perguntaram-lhe de novo: Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?
23. Ele respondeu: Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías (40,3).
24. Alguns dos emissários eram fariseus.
25. Continuaram a perguntar-lhe: Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?
26. João respondeu: Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.
27. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado.
28. Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
29. No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30. É este de quem eu disse: Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim.
31. Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.
32. (João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.)
33. Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.
34. Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.
35. No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36. E, avistando Jesus que ia passando, disse: Eis o Cordeiro de Deus.
37. Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que procurais? Disseram-lhe: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?
39. Vinde e vede, respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40. André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.
41. Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: Achamos o Messias (que quer dizer o Cristo).
42. Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que quer dizer pedra).
43. No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: Segue-me.
44. (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)
45. Filipe encontra Natanael e diz-lhe: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José.
46. Respondeu-lhe Natanael: Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré? Filipe retrucou: Vem e vê.
47. Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade.
48. Natanael pergunta-lhe: Donde me conheces? Respondeu Jesus: Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira.
49. Falou-lhe Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel.
50. Jesus replicou-lhe: Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta.
51. E ajuntou: Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.
Bíblia Ave Maria - Todos os direitos reservados.
quarta-feira, 30 de março de 2011
A árvore caída
Um engenheiro alemão, quando fazia explorações no interior da Rússia, encontrou um abismo sobre o qual havia ponte muito original, constituída por pinheiro gigantesco que uma tempestade fizera cair atravessado na boca da voragem.
Com o decorrer dos séculos a velha árvore petrificou-se transformou-se naquele interessante viaduto de que se serviam os transeuntes. O pinheiro não fora inutilmente derribado pela violência dos ventos; mesmo depois de abatido continuava a sua existência útil gloriosa.
Aqueles que, neste mundo, se sentem feridos pela adversidade devem ter fé e coragem, pois dias virão certamente em que, como o velho pinheiro petrificado, poderão realizar uma grande e nobre missão em benefício de seus semelhantes.
Seria um contra-senso esquecer que neste mundo as punições divinas são ensinamentos, não infortúnios.
As virtudes que nascem no seio das prosperidades são, de ordinário, fracas e frouxas; as que medram por entre as angústias são fortes e firmes.
A todos oferece Deus livremente a sua misericórdia. Beba o sedento da água da vida. Coma o faminto o pão que reanima o espírito. Ouçam todos a voz de Deus e viverão. Abandone o ímpio o seu caminho e receberá perdão abundante. Saibam todos os fiéis que a palavra de Deus jamais falhará.
(“Lendas do Céu e da Terra”)
Font: Blog Almas Castelos/AASCJ
O tsunami, o japonês e o filho — uma bela e nobre lição de vida
Tudo se perde numa tragédia dessas proporções, mas uma vida que se acha em meio aos destroços, é motivo suficiente para se alegrar e agradecer a Deus
Em meio ao tsunami de notícias a respeito da tragédia que se abateu sobre o Japão, “pesquei” uma que me pareceu valer a pena comentar com os amigos. A finalidade é fazermos uma reflexão sobre o amor paterno e o entranhado vínculo natural existente entre pais e filhos. Um vínculo a respeito do qual se poderia certamente dizer que não é apenas natural, mas sagrado, porquanto revela a virtude e a nobreza de alma quando se chega ao momento extremo de os pais darem a vida pelos filhos.
Catástorfes naturais podem acontecer a qualquer instante. Os bens materiais se vão, mas a família pode ser poupada. Proteja seu lar com o Escudo do Sagrado Coração de Jesus.
Filmando restos daquele “dilúvio” — a maior catástrofe natural na história da nação japonesa —, um repórter de televisão ficou perplexo e indignado ao ver um senhor atravessando os destroços de casas, carros, barcos etc., mas… sorrindo! O local parecia ter sido bombardeado, não restava pedra sobre pedra — um cenário para chorar e não para rir.
O repórter não agüentou e foi entrevistar o sorridente japonês:
— Escuta aqui, tudo foi destruído, falta comida, falta água, falta luz, falta tudo; o senhor não se abala com isso!?
— Sim, falta tudo. Perdi meu barco, perdi tudo, mas… encontrei meu filho vivo debaixo de minha casa destruída! Estou sem teto, mas posso reconstruir tudo de novo; entretanto não poderia reconstruir a vida de meu filho. Se eu não conseguisse resgatá-lo, eu é que estaria destruído definitivamente! Eu daria minha vida para salvá-lo!
Vemos que o terramoto abalou tudo, mas não abalou o senso moral de um pai. Uma magnífica lição de vida para todos, até mesmo para os inescrupulosos aborteiros e certas progenitoras que transformam seus ventres em túmulos para os filhos, em nome de um propalado “direito da mulher sobre seu próprio corpo”.
Lembro-me ter ouvido alguém contar que uma mãe, após um aborto, não teve mais sossego na vida. Sua consciência noite e dia a acusava do crime cometido, como que ouvindo uma voz que sempre lhe perguntava: “Mamãe, por que a senhora me rejeitou?”
Apavorada, ela procurou um juiz e confessou o crime. Afirmou que decidiu por abortar a criança por egoísmo, para poder viajar tranquilamente, frequentar festas etc.. E acrescentou:
– “Por isso, peço que o senhor me condene. Preciso pagar pelo meu erro de ter preferido os prazeres fáceis da vida, a ter a alegria de cuidar de um filho que Deus me deu”.
— “Senhora — sentenciou o juiz — não é a mim que deve confessar seu delito. Procure um sacerdote e se confesse a ele, assim, terá paz em sua consciência”.
A pobre mãe, profundamente arrependida de ter praticado aquele crime, cumpriu a exemplar sentença. Ela procurou um bom padre, confessou-se em lágrimas e realmente readquiriu a paz de alma; embora sempre lamentando sua triste decisão. Rezava pela alma de seu bebê e pedia a Deus poder reencontrá-lo no Céu por toda a eternidade.
Não sei se esse conto é real ou não. Mas bem poderia ter acontecido. Em todo caso, histórias semelhantes realmente ocorrem. Contudo, quão diferentes são elas da narrativa do bom e sorridente japonês que salvou seu filho. Que alegria de alma ele levará consigo por toda a vida! E quão grato ser-lhe-á seu japonesinho flagelado pelo tsunami, soterrado pelos escombros, mas salvo pelo amor paternal.
Fonte: Blog da Família/AASCJ
terça-feira, 29 de março de 2011
Ester, 1
1. No segundo ano do reinado do rei Assuero, no primeiro dia do mês de Nisã, Mardoqueu teve um sonho. Mardoqueu era filho de Jair, filho de Semei, filho de Cis, da tribo de Benjamim.
1. Era um judeu que vivia na cidade de Susa, homem notável, ligado à corte do rei.
1. Pertencia ao grupo dos exilados que Nabucodonosor, rei da Babilónia, tinha exilado de Jerusalém, juntamente com Jeconias, rei de Judá.
1. O sonho foi assim: Gritos e tumulto, trovões e terremotos, agitação sobre a Terra.
1. Dois enormes dragões avançam, prontos para a luta. Lançam um grande rugido
1. e, ao ouvi-lo, todas as nações se preparam para a guerra, para o combate contra o povo dos justos.
1. É dia de trevas e escuridão, caem sobre a terra angústia e aflição, tribulação e pavor.
1. Todo o povo dos justos fica transtornado e, temendo desgraças, prepara-se para morrer e clama a Deus.
1. E ao clamor do povo brota, como de uma pequena fonte, um grande rio de águas caudalosas.
1. A luz e o sol levantam-se: os oprimidos são exaltados e devoram os poderosos.
1. Mardoqueu acordou do sonho e perguntou a si mesmo: «O que é que Deus quer fazer?» Continuou a reflectir nisso e ficou até à noite procurando decifrar de algum modo o significado.
1. Mardoqueu morava na corte com Bagatã e Tares, dois funcionários do rei, guardas do palácio.
1. Ouvindo a sua conversa e investigando os seus planos, ficou a saber que estavam a preparar um atentado contra o rei Assuero. Mardoqueu informou o rei.
1. E o rei interrogou os dois funcionários, que acabaram por confessar e foram condenados à morte.
1. O rei mandou escrever uma crónica desses factos, e também Mardoqueu, por conta própria, os deixou por escrito.
1. Depois o rei colocou Mardoqueu como funcionário na corte e recompensou-o com presentes.
1. Todavia, Amã, filho de Amadates, o agagita, tinha muito prestígio diante do rei e buscava um modo de prejudicar Mardoqueu e o seu povo, por causa dos dois funcionários do rei.
1. Eis o que aconteceu no tempo do rei Assuero, aquele Assuero que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até à Etiópia.
2. Nesse tempo, o rei Assuero reinava na fortaleza de Susa.
3. No terceiro ano do seu reinado, Assuero ofereceu um banquete a todos os seus oficiais e ministros. Reuniram-se então para o banquete os chefes do exército da Pérsia e da Média, os nobres e os governadores das províncias.
4. Assuero queria ostentar a riqueza e glória do seu reino com o fausto magnífico da sua grandeza. Por isso fez com que o banquete durasse cento e oitenta dias.
5. Passados esses dias, o rei deu um banquete durante sete dias no jardim do palácio real, e convidou todo o povo que se encontrava na fortaleza de Susa, desde o maior até ao menor.
6. Havia cortinas de linho fino e púrpura violeta suspensas em anéis de prata e colunas de mármore, e também divãs de ouro e prata sobre um piso de mosaico feito de malaquita, mármore branco e madrepérola.
7. Para beber, havia taças de ouro, todas diferentes, e o vinho era abundante, de acordo com a liberalidade do rei.
8. Bebia-se à vontade, como de costume, porque o rei tinha ordenado aos empregados de sua casa que deixassem cada um fazer o que quisesse.
9. Também a rainha Vasti ofereceu um banquete às mulheres no palácio real de Assuero.
10. No sétimo dia, alegre por causa do vinho, o rei ordenou que Maumã, Bazata, Harbona, Abgata, Bagata, Zetar e Carcas, sete funcionários que serviam pessoalmente o rei Assuero,
11. lhe apresentassem a rainha Vasti, com a coroa real, para exibir a beleza dela ao povo e aos oficiais, pois a rainha era muito bela.
12. Ao receber a ordem dos funcionários, a rainha Vasti recusou apresentar-se. O rei ficou furioso, e a sua ira inflamou-se.
13. Então consultou os sábios, especialistas em leis, pois toda a questão real devia ser tratada pelos peritos em direito.
14. Os mais próximos eram Carsena, Setar, Admata, Társis, Mares, Marsana e Mamucã, os sete grandes do reino da Pérsia e da Média, que eram conselheiros do rei e ocupavam os primeiros postos no reino.
15. Assuero perguntou: «Segundo a lei, o que se deve fazer à rainha Vasti por não ter obedecido à ordem do rei Assuero, transmitida pelos funcionários?»
16. Mamucã respondeu diante do rei e dos oficiais: «Não foi somente contra o rei que a rainha Vasti agiu mal, mas também contra todos os oficiais e todos os súbditos que vivem em todas as províncias do rei Assuero.
17. De facto, o comportamento da rainha será conhecido por todas as mulheres, que desprezarão os seus maridos, dizendo: "O rei Assuero mandou que a rainha Vasti se apresentasse, e ela recusou".
18. Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, que ficarem a saber do comportamento da rainha, comentá-lo-ão com todos os oficiais do rei, e haverá muito desprezo e zombaria.
19. Se o rei achar bem, proclame um decreto real, que seja incluído nas leis da Pérsia e da Média, e tenha carácter irrevogável: que a rainha Vasti nunca mais se apresente ao rei Assuero e que o título de rainha seja dado a outra, que seja melhor do que ela.
20. Quando o decreto real for promulgado em todo o reino, todas as mulheres respeitarão os seus maridos, tanto as nobres, como as do povo».
21. O rei e os oficiais gostaram da proposta, e Assuero seguiu o que Mamucã tinha dito.
22. Mandou cartas a todas as províncias reais, na escrita e na língua de cada povo, ordenando que o marido fosse o chefe da casa.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Jó, 1
1. Havia, na terra de Hus, um homem chamado Jó, íntegro, reto, que temia a Deus e fugia do mal.
2. Nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3. Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas jumentas e uma grande quantidade de escravos. Este homem era o mais considerado entre todos os homens do Oriente.
4. Seus filhos tinham o costume de ir à casa uns dos outros, alternadamente, para se banquetearem e convidavam suas três irmãs para comerem e beberem com eles.
5. Quando acabava a série dos dias de banquetes, Jó mandava chamar seus filhos para purificá-los e, na manhã do dia seguinte, oferecia um holocausto por intenção de cada um deles: porque, dizia ele, talvez meus filhos tenham pecado e amaldiçoado Deus nos seus corações. Assim fazia Jó cada vez.
6. Um dia em que os filhos de Deus se apresentaram diante do Senhor, veio também Satanás entre eles.
7. O Senhor disse-lhe: De onde vens tu? Andei dando volta pelo mundo, disse Satanás, e passeando por ele.
8. O Senhor disse-lhe: Notaste o meu servo Jó? Não há ninguém igual a ele na terra: íntegro, reto, temente a Deus, afastado do mal.
9. Mas Satanás respondeu ao Senhor: É a troco de nada que Jó teme a Deus?
10. Não cercaste como de uma muralha a sua pessoa, a sua casa e todos os seus bens? Abençoas tudo quanto ele faz e seus rebanhos cobrem toda a região.
11. Mas estende a tua mão e toca em tudo o que ele possui; juro-te que te amaldiçoará na tua face.
12. Pois bem!, respondeu o Senhor. Tudo o que ele tem está em teu poder; mas não estendas a tua mão contra a sua pessoa. E Satanás saiu da presença do Senhor.
13. Ora, um dia em que os filhos e filhas de Jó estavam à mesa e bebiam vinho em casa do seu irmão mais velho,
14. um mensageiro veio dizer a Jó: Os bois lavravam e as jumentas pastavam perto deles.
15. De repente, apareceram os sabeus e levaram tudo; e passaram à espada os escravos. Só eu consegui escapar para te trazer a notícia.
16. Estando ele ainda a falar, veio outro e disse: O fogo de Deus caiu do céu; queimou, consumiu as ovelhas e os escravos. Só eu consegui escapar para te trazer a notícia.
17. Ainda este falava, e eis que chegou outro e disse: Os caldeus, divididos em três bandos, lançaram-se sobre os camelos e os levaram. Passaram a fio de espada os escravos. Só eu consegui escapar para te trazer a notícia!
18. Ainda este estava falando e eis que entrou outro, e disse: Teus filhos e filhas estavam comendo e bebendo vinho em casa do irmão mais velho,
19. quando um furacão se levantou de repente do deserto, abalou os quatro cantos da casa e esta desabou sobre os jovens. Morreram todos. Só eu consegui escapar para te trazer a notícia.
20. Jó então se levantou, rasgou o manto e rapou a cabeça. Depois, caindo prosternado por terra,
21. disse: Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!
22. Em tudo isso, Jó não cometeu pecado algum, nem proferiu contra Deus blasfêmia alguma.
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domingo, 27 de março de 2011
Já é de manhã
Já é de manhã!
Ouço a tua voz dizendo:
Meu filho, acorda, já é de manhã.
Eu lembrei-me das minhas misericórdias
Já se renovaram esta manhã
Sei que a noite foi longa e triste
Mas das tuas lágrimas, não me esqueci.
Noite de lágrimas, sem luz, sem vida,
Noite de solidão, de medo e dor.
Ó meu Senhor, só espero em Ti
Sei que trabalhas enquanto ainda é noite
Mas como espero pelo romper da manhã!
Como espero TE ouvir dizer:
Meu filho acorda, já é de manhã!
Às vezes passamos por períodos na vida que parecem uma longa e escura noite, mas o nosso Deus trabalha à noite, aliás Ele não descansa, e enquanto choramos, Ele trabalha para pôr fim ao sofrimento e para nos confortar.
Busquemos sempre a solução em Deus.
A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã. (Salmo 130-6)
Ao anoitecer pode vir o choro, mas a alegria vem ao amanhecer (Salmo 30-5b)
As misericórdias do Senhor, são a causa de não sermos consumidos porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã. (Lamentações 3,22-23a)
fonte: JAM
A pedra
Um pobre foi esmolar à casa de um rico. Este nada lhe deu.
- Põe-te fora daqui! - disse-lhe.
Mas o pobre não se moveu.
Então o rico enfuriou-se, e deu-lhe uma pedrada.
O pobre apanhou a pedra, apertou-a contra o peito e disse:
- Vou guardá-la até que, por minha vez, te possa apedrejar.
Passou-se o tempo.
O rico incidiu em má-ação, e, despojado de tudo quanto tinha, foi levado ao cárcere.
Vendo-o preso e desprezado, o pobre acercou-se dele, puxou da pedra que sempre trouxera consigo junto do peito, e fez o gesto de atirar-lha: mas, refletindo, deixou-a cair, e disse:
- Foi inútil conservar durante tanto tempo esta pedra. Quando ele era rico e poderoso, eu o temia; agora, faz-me pena e compaixão. [...]
(trecho de “Lendas do Céu e da Terra”)
Nota do Blog: Saber perdoar é uma arte, uma virtude, um sacrifício. Porém uma observação: para sermos perdoados é necessário arrependimento de nossas culpas e prometer nunca mais faze-las. Perdoar para fazer o bem àquela alma é muito bom. Perdoar o mau para que continue a fazer sua maldade é tornar-se tão mau quanto àquele, pois se torna um conivente.
fonte: Blog Almas Castelos (cortesia)
Gênesis, 1
1. No princípio, Deus criou o céu e a terra.
2. A terra estava deserta e vazia, as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas.
3. Deus disse: “Faça-se a luz”! E a luz se fez.
4. Deus viu que a luz era boa. Deus separou a luz das trevas.
5. À luz Deus chamou “dia” e às trevas chamou “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: o primeiro dia.
6. Deus disse: “Faça-se um firmamento entre as águas, separando umas das outras”.
7. E Deus fez o firmamento. Separou as águas debaixo do firmamento, das águas acima do firmamento. E assim se fez.
8. Ao firmamento Deus chamou “céu”. Houve uma tarde e uma manhã: o segundo dia.
9. Deus disse: “Juntem-se num único lugar as águas que estão debaixo do céu, para que apareça o solo firme”. E assim se fez.
10. Ao solo firme Deus chamou “terra” e ao ajuntamento das águas, “mar”. E Deus viu que era bom.
11. Deus disse: “A terra faça brotar vegetação: plantas, que dêem semente, e árvores frutíferas, que dêem fruto sobre a terra, tendo em si a semente de sua espécie”. E assim se fez.
12. A terra produziu vegetação: plantas, que dão a semente de sua espécie, e árvores, que dão seu fruto com a semente de sua espécie. E Deus viu que era bom.
13. Houve uma tarde e uma manhã: o terceiro dia.
14. Deus disse: “Façam-se luzeiros no firmamento do céu, para separar o dia da noite. Que sirvam de sinais para marcar as festas, os dias e os anos.
15. E, como luzeiros no firmamento do céu, sirvam para iluminar a terra”. E assim se fez.
16. Deus fez os dois grandes luzeiros, o luzeiro maior para presidir ao dia e o luzeiro menor para presidir à noite, e também as estrelas.
17. Deus colocou-os no firmamento do céu para iluminar a terra,
18. presidir ao dia e à noite e separar a luz das trevas. E Deus viu que era bom.
19. Houve uma tarde e uma manhã: o quarto dia.
20. Deus disse: “Fervilhem as águas de seres vivos e voem pássaros sobre a terra, debaixo do firmamento do céu”.
21. Deus criou os grandes monstros marinhos e todos os seres vivos que nadam fervilhando nas águas, segundo suas espécies, e todas as aves segundo suas espécies. E Deus viu que era bom.
22. Deus os abençoou, dizendo: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra”.
23. Houve uma tarde e uma manhã: o quinto dia.
24. Deus disse: “Produza a terra seres vivos segundo suas espécies, animais domésticos, animais pequenos e animais selvagens, segundo suas espécies”. E assim se fez.
25. Deus fez os animais selvagens segundo suas espécies, os animais domésticos segundo suas espécies e todos os animais pequenos do chão segundo suas espécies. E Deus viu que era bom.
26. Deus disse: “Façamos o ser humano à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, todos os animais selvagens e todos os animais que se movem pelo chão”.
27. Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou. Homem e mulher ele os criou.
28. E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, as aves do céu e todos os animais que se movem pelo chão”.
29. Deus disse: “Eis que vos dou, sobre toda a terra, todas as plantas que dão semente e todas as árvores que produzem seu fruto com sua semente, para vos servirem de alimento.
30. E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todos os animais que se movem pelo chão, eu lhes dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez.
31. E Deus viu tudo quanto havia feito e achou que era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: o sexto dia.
fonte: facebook
sábado, 26 de março de 2011
Jovem assassino francês convertido, vai ser beatificado
Na história da Igreja Católica, só houve um outro caso precedente de alguém condenado à pena capital que se tenha convertido e, posteriormente, chegado à honra dos altares: o bom ladrão, crucificado com Jesus Cristo, há mais de dois mil anos.
Em pleno século XXI, esta história vai repetir-se. Trata-se do processo de beatificação do jovem francês Jacques Fesch, que foi guilhotinado em 1957 por matar um polícia e ferir outra pessoa durante um roubo. A sua conversão radical aconteceu na prisão, nos meses que antecederam a sua morte, aos 27 anos.
O precedente único explica a cautela com que o caso do jovem foi apresentado à investigação diocesana, em 1987. O então Arcebispo de Paris, Cardeal Jean Marie Lustiger, orientou uma elaborada reflexão sobre a vida de Fesch e obteve a autorização da Congregação para as Causas dos Santos para abrir formalmente a causa de beatificação em 1993. O processo acaba de concluir a fase diocesana e segue agora para Roma.
"Declarar santo alguém, não significa para a Igreja admirar os méritos dessa pessoa, mas propor um exemplo da conversão de alguém que, independentemente da sua caminhada humana, foi capaz de ouvir a voz de Deus e de se arrepender. Não há pecado tão grave que impeça o homem de chegar a Deus, que lhe propõe a salvação", disse o Cardeal Jean quando abriu a investigação.
A história
O jovem nasceu em 6 de Abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye. Era filho de um rico banqueiro de origem belga, artista e ateu, distante do filho e infiel à esposa, da qual pediu divórcio.
Jacques foi educado na religião católica, mas abandonou a fé aos 17 anos. Aos 21, casou-se no civil com a noiva já grávida. O seu sogro conseguiu-lhe trabalho no banco, período em que teve a vida de um playboy. No entanto, abandonou a esposa e a filha e teve um filho com outra mulher.
O crime cometido por Jacques aconteceu em 24 de Fevereiro de 1954, quando tentou roubar o cambista Alexandre Sylberstein, com o objetivo de financiar a compra de um barco que o levaria pelo Oceano Pacífico. Sylberstein ficou ferido, mas conseguiu apertar o alarme contra roubos. O jovem Fesch chegou a fugir, mas perdeu os óculos ao longo do percurso.
Durante a fuga, Fesch disparou contra um oficial de polícia que o perseguia, Jean Vergne, causando-lhe a morte. Minutos mais tarde foi detido. Assassinar um oficial de polícia era um crime atroz e a opinião pública, inflamada pelos relatos da imprensa, manifestou-se decididamente favorável à sua execução. A Corte de Paris condenou-o à morte em 6 de Abril de 1957.
A conversão
Logo após a sua prisão, Jacques era indiferente à sua situação e ridicularizava a fé católica do seu advogado. No entanto, após um ano, o jovem assassino experimentou uma profunda conversão e arrependeu-se profundamente do seu crime. Aceitou a pena e reconciliou-se com a esposa uma noite antes da execução.
A última coisa que escreveu no seu diário foi: "Em cinco horas, verei a Jesus". Foi guilhotinado em 1º de Outubro de 1957.
Após a morte, a sua esposa e filha honraram a sua memória como exemplo de redenção. No princípio, tal reconhecimento foi depreciado pelo público, mas o trabalho de uma freira carmelita, irmã Véronique, e do padre Augustin-Michel Lemonnier fez com que a família publicasse o diário espiritual que Jacques havia escrito na prisão, páginas que serviram e servem de inspiração para muitas pessoas.
Causa controvertida
O caso de Jacques foi alvo de controvérsia entre os que pensavam que os seus crimes o tornavam indigno como modelo a ser seguido e entre os que ressaltavam a esperança da sua conversão final.
"Beatificar a Jacques Fesch não significa reabilitá-lo moralmente, nem dar-lhe um certificado de boa conduta ou um prémio. A sua conversão foi de ordem espiritual. Beatificar a Jacques Fesch será reconhecer que a comunidade cristã pode rezar a alguém que está ao lado de Jesus", escreveu o teólogo André Manaranche em resposta ao debate.
Em 2 de Dezembro de 2009, o Vigário-geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, acompanhou a irmã de Fesch, Monique, durante uma visita a Bento XVI, no Vaticano. Monique confidenciou ao Papa: "O meu irmão e eu entendíamo-nos muito bem. Quando ele fez oito anos de idade, fui a sua madrinha de batismo, e, quando esteve no cárcere, acompanhei de perto a sua extraordinária conversão".
Com o biógrafo Ruggiero Francavilla, Monique mostrou ao Papa algumas das cartas escritas por Jacques enquanto estava na prisão.
Na oportunidade, o Cardeal Comastri disse ao jornal L´Osservatore Romano que, quando exercia o cargo de capelão do presídio Regina Coeli, um preso apresentou-lhe a fascinante história de Fesch.
"É um testemunho único: jovem descentrado, de rica família, torna-se assassino e é condenado à morte. Tinha 27 anos. No cárcere, vive uma conversão radical, fulgurante, alcançando altos cumes de espiritualidade", disse.
fonte:JAM
Toda Pessoa que se suicida está condenada?
Nossa Senhora, tende misericórdia das almas aflitas.
Antigamente se pensava que sim, embora a Igreja nunca tenha ensinado isso oficialmente. Hoje, com a ajuda da psicologia e psiquiatria, sabemos que a culpa do suicida pode ser muito diminuída devido a seu estado de alma.
Evidentemente que o suicídio é, objetivamente falando, um pecado muito grave, pois atenta contra a vida, o maior dom de Deus para nós. Infelizmente há países que chegam a facilitar e até mesmo estimular esta prática para pacientes que sofrem ou para doentes mentais.
Na Suíça, por exemplo, uma decisão da Suprema Corte abriu o caminho para a legalização da assistência ao suicídio de pacientes mentalmente doentes. O país já permite legalmente o suicídio assistido para outros tipos de pacientes com uma ampla faixa de doenças e incapacidades físicas. É o império da “cultura da morte” através da eutanásia.
O Catecismo da Igreja ensina que:
§2280 – “Cada um é responsável por sua vida diante de Deus que lha deu e que dela é sempre o único e soberano Senhor. Devemos receber a vida com reconhecimento e preservá-la para sua honra e a salvação de nossas almas. Somos os administradores e não os proprietários da vida que Deus nos confiou. Não podemos dispor dela”.
§2281 – “O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar e perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente o amor do próximo porque rompe injustamente os vínculos de solidariedade com as sociedades familiar, nacional e humana, às quais nos ligam muitas obrigações. O suicídio é contrário ao amor do Deus”.
Mas o Catecismo lembra também a respeito da pessoa que se suicida:
§2282 – “Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, principalmente para os jovens, o suicídio adquire ainda a gravidade de um escândalo. A cooperação voluntária ao suicídio é contrário à lei moral. Distúrbios psíquicos graves, a angústia ou o medo grave da provação, do sofrimento ou da tortura podem diminuir a responsabilidade do suicida”.
Dessa forma, ninguém pode afirmar, com certeza, que a pessoa que se suicidou esteja condenada ao inferno. O Catecismo recomenda rezar por aqueles que se suicidaram.
Certa vez o santo Cura D´Ars, São João Maria Vianney, ao celebrar a santa Missa notou que uma mulher vestida de luto estava no final da igreja, chorando. Seu marido havia suicidado na véspera, saltando da ponte de um rio. O santo foi até a ela, no final da Missa, e lhe disse: “pode parar de chorar, seu marido foi salvo, está no Purgatório; reze por sua alma”. E explicou à pobre viúva: “Por causa daquelas vezes que ele rezou o Terço com você, no mês de maio, Nossa Senhora obteve de Deus para ele a graça do arrependimento antes de morrer”. Não devemos duvidar dessas palavras.
Fonte: Vocacionados Menores ADF
sexta-feira, 25 de março de 2011
A mão do demônio
Há muitos anos atrás um amigo me disse que no bairro da Mooca (Capital de São Paulo) havia um padre que era famoso por ser exorcista: Padre Miguel Pedroso. Então resolvi conhece-lo. O bairro da Mooca é muito conhecido pelas famosas cantinas italianas e diversidades de pizzarias, e eu adoro massas também.
Encontrei a pequena Capela, hoje Paróquia, e lá assisti a santa missa. Confesso que a figura do Padre que lá estava muito me impressionou: sua aparência calma, seu semblante tranqüilo, suas palavras apostólicas de uma mansidão que jamais havíamos presenciado. Todo o seu sermão fora sobre as mensagens de Fátima e um convite à conversão.
Após a Santa Missa as pessoas faziam filas para serem abençoadas pelo Padre Miguel Pedroso, que abençoava um por um, pacientemente. Eu também entrei na fila.
Após vi duas senhoras arrumando a igreja. Me aproximei de uma delas e fiquei sabendo que as duas eram irmãs da família Aliano. Como eu mostrei interesse, a que abordei me contou que a imagem do altar mor de São Miguel Arcanjo – que era lindíssima - fora trazida da Itália. A Capela fora construída há muitos anos pela Família Aliano, e, somente passou de Capela a Paróquia quando da doação pela própria família à Cúria metropolitana de São Paulo. A sua fundação se deu em 21 de abril de 1960. Desde o início o pároco era o padre Miguel Pedroso, que através dos anos todos ficou conhecido pelos exorcismos que efetuava na paróquia. Pertencendo à ordem Diocesana atendia a doentes e necessitados.
(Posteriormente, o Padre Miguel fora transferido para a cidade de Cotia e lá contribuiu com a fundação do famoso Carmelo lá existente. Depois disso, já na sua velhice, veio a falecer deixando muitas saudades em todos os que o conheceram)
Ela me convidou para assistir a “palavrinha” que o Padre Miguel estava dando à alguns jovens numa casa ao lado da Igreja. E então, mais do que depressa fui para lá.
Ainda peguei o final da conversa. Relato resumidamente o que eu mesmo ouvi o Padre Miguel contar:
Estava em minha paróquia, quando umas pessoas vieram me procurar para exorcizar uma mulher grávida que estava no hospital e que estava assustando até os médicos. Imediatamente me arrumei e fui com a família para o local.
No caminho eles me contaram que ela havia freqüentado um centro espírita e que depois disso, jamais teve sossego: brigas em família, desajustes com filhos, marido perdera o emprego...
Ao chegar no hospital, sem mais demora me dirigi ao quarto onde a grávida estava, já quase para dar à luz. Ao me ver, a mulher começou a se contorcer e a dar urros misturados com choro e gritos.
Coloquei minha estola, e com a cruz nas minhas mãos iniciei as orações exorcísticas. Ao colocar minha mão sobre a cabeça dela ela gritou com voz bem gutural:
- Tira sua mão, pois ela é minha...
- Deixe esta criatura de Deus em paz – respondi.
E se contorcia toda na cama, com a face toda esbranquiçada e olhos de ódio dizia:
- Eu, legião, quero ela... se não puder leva-la vou levar o que tem no seu ventre.
Minha única resposta, só podia ser:
- Você não pode levar a criança, ela é uma criatura de Deus e a Deus pertence - e continuei com minhas orações, ordenando que esse espírito maligno deixasse a mulher.
Foi então que cuspindo na minha face o demônio deu uma gargalhada estrondosa e urrou:
- Eu não saio dela enquanto minha mão estiver nela...
Estranha essa afirmação. Então ordenei:
- Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, deixe essa criatura, você é um espírito e não tem mão...
O demônio dava gargalhadas e se contorcia de todos os lados.
Ocorre que nessas viradas de cá e de lá a blusa da mulher grávida estava um pouco aberta e eu vi uma corrente no seu pescoço. E nessa corrente havia pendurado uma figa.
Pedi que imediatamente retirassem a figa daquela mulher.
Tão logo retiraram a figa, o demônio a deixou. Eis a mão do demônio.
Todos ficaram aliviados e a mulher pode fazer seu parto normalmente.
Ao confessarmos, precisamos fazer sempre o exame de consciência. E para fazermos bem feito, convém que consultemos sempre um bom livro de catecismo. Amar a Deus sobre todas as coisas significa também que devemos repudiar toda a espécie de superstição.
fonte: Blog Almas Castelos (cortesia)
Judas Iscariotes, a vida de um traidor – final
São Pedro, Judas e nós
Estamos, portanto, diante de duas modalidades de queda, ambas inquietantes.
A história de Judas adverte-nos para o perigo da falta de pureza de intenção que nasce do egoísmo. É muito comum que os nossos ideais mais elevados estejam misturados com intenções egoístas de avareza, vaidade etc.
Aconteceu com a maioria dos Apóstolos, que, embora quisessem honestamente colaborar com a instauração do Reino de Deus, tinham também pretensões menores de vaidade: quantas vezes não teve Jesus que corrigi-los por estarem discutindo sobre qual deles seria o maior, sobre postos de honra, sobre quem se sentaria à sua direita ou à sua esquerda!
Aconteceu também com Judas. Só que, nos outros Apóstolos, essas pretensões e as suas inevitáveis conseqüências más não levaram à ruína final; em Judas, sim. Porque os outros souberam combatê-las à medida que se iam manifestando, e Judas não se preocupou com
isso. Deixou-se dominar por elas e, como conseqüência, corrompeu-se.
O que é realmente perigoso é a cegueira de uma consciência deformada. Só ela pode fazer que alguém acorde um belo dia e descubra, com amarga surpresa, que perpetrou uma terrível traição, que agiu como um canalha, como Judas. Todos podemos trair.
Termina aqui a transcrição do opúsculo.
Encerramos lembrando um comentário que o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira costumava fazer sobre a traição de Judas: se o traidor, após toda sua ignomínia, tivesse procurado Nossa Senhora para sinceramente pedir perdão, ele o teria obtido por meio dEla. São Pedro, pelo contrário, pediu perdão até o fim de seus dias, e por isso tornou-se um grande santo. Mas exatamente o que Judas não quis foi humilhar-se e pedir perdão.
Fonte: Lepanto/AASCJ
Por que os católicos rezam pelos mortos?
Desde o início do cristianismo, os autores cristãos ensinaram que Maria Santíssima teve um fim de vida singular. Em seus sermões e escritos professaram a Sua assunção gloriosa, de corpo e alma.
Quando se aproximava o fim de sua vida terrena, a Virgem Santíssima soube de antemão que estava prestes a deixar este mundo. Os apóstolos foram previamente avisados, de modo que todos se dirigiram para Jerusalém e a procuraram no Cenáculo, onde a Rainha do mundo se encontrava um tanto enfraquecida, fisicamente, pelo intenso amor divino. Porém a compleição natural de seu corpo era a mesma à que chegara aos trinta e três anos de idade. Não sofreu mudança alguma com a passagem dos anos. Não sentiu os efeitos da velhice: seu rosto não se enrugou, nem o corpo se debilitou ou definhou, como acontece com os outros filhos de Adão. Esta imutabilidade foi privilégio único seu, tanto por corresponder à estabilidade de sua alma puríssima, como por ser conseqüente à imunidade do primeiro pecado original, cujos efeitos não atingiram seu corpo e nem a sua alma.
Maria Santíssima desejou passar pela morte.
Nossa Senhora veio ao mundo livre e isenta da culpa original. Também ao sair dele a morte não tinha “direito” de a atingir. Se Ela não quisesse passar pela morte, receberia da mesma forma a glória celeste. Mas, para assemelhar-se mais intensamente ao seu divino filho que padeceu da morte, sem obrigação, Ela quis acompanhá-Lo também no morrer.
A enfermidade que lhe tirou a vida foi o amor, sem qualquer outro achaque ou acidente. O poder divino suspendeu a ação miraculosa com que lhe conservava as forças naturais, para não se consumirem no ardor sensível que lhe causava o fogo do amor divino. Cessando esse milagre, o amor produziu seu efeito, consumiu a umidade radical do coração e assim lhe faltou a vida.
Glorificação em corpo e alma
Com o tempo, a tradição e os escritos dos santos foram fortalecendo a convicção dos fiéis de que Nossa Senhora fora glorificada, em corpo e alma, logo depois de sua morte. A partir do século XI é comum se professar a Assunção gloriosa de Maria Santíssima. Os teólogos procuraram as bases bíblicas para fundamentar tal crença; eis o que apontam:
1) Maria é dita pelo Anjo Gabriel “cheia de graça”. Este é quase o nome próprio da Virgem – o Anjo não a chama “Maria” (ver Lc 1,28). Isto quer dizer que Maria nunca esteve sujeita ao império do pecado. Em conseqüência, não podia ficar sob o domínio da morte, que entrou no mundo através do pecado (v. Rm 5,12). Sendo assim, é lógico dizer que ela não conheceu a deterioração da sepultura, sendo glorificada não somente em sua alma, mas também em seu corpo. Como se vê, nem a Tradição nem os teólogos recusam a hipótese de Maria ter morrido; ao contrário, admitem-na.
2) A carne da mãe e a carne do filho são uma só carne. Ora, Maria é a Mãe de Jesus, que foi glorificado em corpo e alma após ter morrido. Conseqüentemente, também tocou à Maria Santíssima a mesma sorte gloriosa que tocou a seu Divino Filho.
Com isso, a Assunção corporal de Maria Santíssima se tornou tão comum que muitas pessoas trazem o nome de Maria da Glória; muitas igrejas e instituições são dedicadas à Assunção de Maria.
Na primeira metade do século XX, os fieis católicos, pediram à Santa Sé a definição do dogma da Assunção de Maria. Sua Santidade, o Papa Pio XII, mandou estudar o assunto e proclamou o dogma em 1º de novembro de 1950, definindo que “a Imaculada sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, encerrado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste” (Constituição Munificentissimus Deus).
A Assunção de Nossa Senhora segundo a Tradição
Outeiro da Glória
Antigamente, quando se falava de Assunção de Nossa Senhora referia-se a essa festa dizendo que era a festa de Nossa Senhora da Glória. E daí, por exemplo, o fato de que no Rio de Janeiro, a Igreja lindíssima que há sobre o Outeiro da Glória, ser dedicada à Nossa Senhora da Assunção. Isso porque se entendia bem que a Assunção de Nossa Senhora não era apenas o fato físico dela sair dessa terra, tendo ressuscitado como ressuscitou o seu Divino Filho, não só para ir para o céu, mas era também para a Sua glorificação.
Ela, depois de ter passado nessa terra, humilde, desconhecida, apenas tendo um papel mais relevante após a morte de Nosso Senhor, como rainha e mãe da Igreja Católica, depois de toda espécie de sofrimento e de angústias, foi glorificada por Nosso Senhor aos olhos dos próprios homens, por meio da sua Assunção. Ou seja, por meio de um privilégio único na história do mundo, pelo qual uma mera criatura é levada aos céus por meio dos anjos. Para as paragens imateriais onde se encontra o Paraíso celeste e onde Ela está nesse momento gozando de modo inenarrável da visão beatífica de Deus, Nosso Senhor.
Há tradições e há revelações de que essa glorificação foi acompanhada de expressões de glória indizíveis. Uma criatura humana – portanto, de uma natureza muito inferior a dos anjos – que é levada para o céu pelos mais altos serafins e querubins. Ela foi servida, portanto, pelas mais altas criaturas de Deus, com um respeito, com uma veneração, como quem não se sentia digno sequer de apresentar a ela suas orações e suas homenagens. Então, depois de se ter despedido de todos os seus, Ela foi se elevando e se “desprendendo” do chão. A certa altura começou a manifestação dos anjos. Conta-se que no dia da Ascensão de Nosso Senhor a natureza toda se rejubilava. É lógico que no dia da Assunção de Nossa Senhora a natureza toda devia também rejubilar de um modo esplêndido.
Então é perfeitamente legítimo imaginar que coloridos magníficos os céus tomaram! As estrelas, de que modo conseguiram brilhar! O sol, que em Fátima pulou e mudou de cores, de que forma terá aparecido então! Que cânticos de anjos, que perfumes, que harmonias, que consolações interiores nas almas todos sentiram! Foram acontecimentos verdadeiramente inefáveis.
O fato positivo é que Nossa Senhora deixou manifestar, nessa hora, toda a sua glória interior. No seu olhar, na fisionomia e em todo o seu corpo, Ela naturalmente deixou que transparecesse de modo extraordinário uma dignidade, uma majestade e, ao mesmo tempo, uma afabilidade inexprimíveis.
Naturalmente devia deitar, nesse momento, uma efusão de ternura enorme dEla. Como todas as mães que se despedem dos filhos, deve ter havido, nesse momento, uma efusão de misericórdia e de bondade suprema, com a segurança para todos de que Ela nunca estaria mais presente na terra do que no momento em que Ela deixava os homens e começava sua grande missão do alto do céu.
Santa Teresinha do Menino Jesus disse que ela queria passar o céu, fazendo o bem sobre a terra. E se isso disse Santa Teresinha, quanto disse Nossa Senhora! E de lá para cá a glória de Nossa Senhora do alto do céu não se escondeu: pelo contrário, se manifestou cada vez mais. Manifestou-se pela construção de um número enorme de Igrejas.
Como observa São Luís Grignon de Monfort, não há uma Igreja na terra -exceto as Igrejas que quase não são mais Igrejas – onde não haja um altar pelo menos dedicado à Nossa Senhora. Não há uma alma que se tenha salvo sem que tenha sido devota de Nossa Senhora. Não há uma graça que os homens tenham recebido e que não tenha sido obtida por Nossa Senhora.
Quer dizer, a glória dEla vai crescendo até o fim dos séculos e até o momento em que vier o dia do Juízo Final. Nesse dia do Juízo Final todos vão ser julgados. Nesse dia haverá uma suprema glorificação dEla. E se de todas as criaturas as virtudes vão ser contadas, então o que vai ser o cântico de louvor de Nossa Senhora!
O fim da História vai ser uma alegria especial nessa glorificação de Nossa Senhora. Quando não houver mais histórias, quando a vida da humanidade tiver toda cessado e o ponto final dos acontecimentos do gênero humano tiver terminado, a Virgem Santíssima vai receber uma glorificação verdadeiramente insondável.
Entre essas manifestações de glória de Nossa Senhora, podemos colocar, legítima e verdadeiramente, a presença de todas as pessoas que foram seus autênticos devotos neste momento em que se nota uma paganização geral da sociedade.
É com a glória de Nossa Senhora em nossos corações que devemos lembrar da irreversível promessa de Fátima: “No fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
Fonte: baseado em www.catequisar.com.br/ADF
quinta-feira, 24 de março de 2011
A Trapa: Reino de silêncio e oração
Em outra ocasião eu havia feito uma postagem sobre os Cartuxos – uma ordem religiosa pouco conhecida(vide no meu blog: Cartuxa, os Cartuxos e o Chatreuse).
Agora eu vou falar de outra igualmente pouco conhecida: a Trapa.
Uma coisa curiosa é que se os cartuxos vivem na mais extrema solidão, mesmo entre si, na Trapa os trapistas fazem tudo em conjunto, porém ambos guardam silêncio.
A abadia trapista assemelha-se a uma minúscula cidade cujo centro é a igreja e o mosteiro propriamente dito. Nas proximidades erguem-se edificações, destinadas aos afazeres dos monges, e os campos para o cultivo, constituindo tudo isso um pequeno mundo.
Nas horas de trabalho manual, os religiosos dedicam-se às ocupações mais variadas, que garantem sua subsistência e – por expressa determinação da Regra – permitem seu isolamento em relação ao mundo.
O silêncio é outra característica da Ordem. Excetuadas poucas ocasiões, os trapistas invariavelmente guardam silêncio, mesmo durante os trabalhos. Tal silêncio propicia ao monge melhores condições de recolhimento, para meditação e oração. Nunca falar... que fonte de renúncias, que ocasiões de penitência! Entretanto, o silêncio é algo de positivo: nele o trapista emudece em relação às criaturas para melhor poder ouvir o Criador.
O isolamento, o silêncio, a vida de oração e o trabalho manual são prescritos pela Regra de São Bento, que é adotada na Trapa.
VIDA DE ORAÇÃO:
Ainda é noite quando o grande sino desperta os monges e os chama para o canto do Ofício. Os trapistas, como várias ordens religiosas, ao longo dos séculos foram incubidos pela Igreja de rezar o Ofício em seu nome. Após a recitação deste, os monges sacerdotes celebram a Missa, e há um tempo dedicado às orações individuais. Segue-se uma nova hora de Ofício (a Prima), a leitura de um capítulo da Regra e leituras individuais. A Missa solene e o canto da hora Sexta do ofício encerram o período de orações matutinas.
Depois da refeição matinal, os monges partem para o trabalho manual. Vão arar a terra, colher frutos, cuidar da horta e dos animais. Há monges ferreiros, alfaiates marceneiros, etc. Próximos ao prédio principal, esparsos de cá e de acolá, estão os locais de trabalho. Neles, por exemplo, um religioso encaderna livros da grande biblioteca, outro monge alfaiate confecciona hábitos; mais adiante um terceiro monge recompõe um vitral. Nesses locais reinam o silêncio e recolhimento completos.
Na horta, vários trapistas tratam do que será depois o alimento da abadia e dos pobres que batem à sua porta. Mais afastados ficam os campos de cereais e outras plantações que exigem maior área, o pomar, o campo destinado ao gado, etc.
Ao toque do sino nas horas prescritas, agrupam-se nos locais de trabalho e rezam o Ofício ou o Rosário.
Após uma interrupção para o almoço e breve repouso, os religiosos retomam os afazeres até o entardecer. Durante as refeições um monge lê em tom solene a Sagrada Escritura ou obras espirituais. Em certos dias, no refeitório, vê-se o local ocupado por um monge com um pequeno vaso de flores: é a data de seu aniversário. A luz do sol poente penetra pelos vitrais, quando ecoam vozes monacais entoando as horas Vésperas e Completas do Ofício. Segue-se a última refeição e algum tempo de oração e leitura.
Por fim, o som majestoso e solene do grande sino chama a todos para cantar a oração final do dia, a Salve Regina (Salve Rainha). Para aqueles que visitam a Trapa, essa é uma hora inesquecível: após uma longa jornada de orações e trabalhos, os monges reúnem-se aos pés da imagem de Nossa Senhora. Um profundo silêncio de faz, e os monges retiram-se. À porta que os conduz ao claustro, o Abade, pai dos monges, abençoa-os um a um.
O que leva homens, no decorrer de tantos séculos a tudo renunciar e viver só para Deus?
A Trapa já está acostumada a casos como jovens, bem colocados financeiramente, residindo em país próspero de nossos dias, levando vida muito confortável, bater à porta da Trapa. Ele deseja entrar para o mosteiro.
O mestre de noviços atende-o afavelmente e explica-lhes as renúncias que ele deve fazer, a vida de oração e penitência a que deve se submeter. Ele tornar-se-á morto para o mundo e o mundo para ele. A Regra prescreve que, tendo o monge aceitado entrar livremente, não poderá sair do mosteiro nem em caso de morte dos pais.
Pouco tempo depois, o jovem faz um retiro de três dias, e após um mês de postulantado realiza-se a cerimônia de recepção do hábito. Na sala do Capítulo, diante de todos os monges, o rapaz prosterna-se com a face em terra.
- Que pedis? – pergunta o Abade.
O postulante responde com as mesmas palavras de São Bernardo ao solicitar sua entrada na Abadia de Cister:
- A misericórdia de Deus e a vossa.
Faz-se então a promessa de observar a Regra e é revestido da túnica, escapulário e capa que o Abade acaba de abençoar. Recebe um nome religioso e seus cabelos são cortados, como símbolo de renúncia ao mundo. Inicia-se a fase de sólida formação, que o preparará para fazer os votos religiosos por três anos, findo os quais poderá fazer os votos perpétuos.
ORIGEM DA TRAPA
Em 1098, São Roberto de Molesmes funda a primeira Abadia em Cister, na França. Ausente São Roberto, dois santos o sucederam: Alberico e Estevão Harding. Cister irá conhecer um período difícil de treze anos. A chegada de São Bernardo, acompanhado de trinta discípulos, vem dar um novo impulso à nova fundação.
Em Cister, São Bernardo observa com zelo a Regra e compenetra-se profundamente em seu espírito. Os monges passam a ver nele a Regra Viva. Impelido pela mesma chama com que pregou a Segunda Cruzada, São Bernardo espalha mosteiros cistercienses por toda a Europa. À sua morte já existiam 350 abadias dessa observância.
Séculos depois, a decadência geral dos costumes, durante a época do Renascimento e protestantismo, provoca o relaxamento da Ordem cistercience. Uma profunda reforma dos costumes e da vida monástica é efetuada, em 1662, por Armand Jean lê Bouthillier de Rance, tendo por centro a Abadia de Nossa Senhora da Trapa. Nasce então a atual ordem dos Cistercienses da Estrita Observância, que procura voltar integralmente às origens de Cister e à Regra de São Bernardo. Em fins do século XVIII, sopra sobre a França e a Europa a tempestade da Revolução Francesa. Os trapistas são expulsos de suas casas, os mosteiros incendiados e as igrejas destes profanadas. Após 24 anos de exílio, voltam os religiosos e as abadias renascem.
O Papa Leão XIII efetuou a unificação das diversas congregações originadas da Trapa –dispersas a partir da Revolução Francesa – mediante a convocação do Capítulo Geral de 1882.
Durante a guerra civil de 1936 na Espanha, os comunistas fuzilam vinte e um trapistas jogando os corpos no mar. Na Iugoslávia e na China, os comunistas fecham, saqueiam ou incendeiam mosteiros; os trapistas são presos ou expulsos. Neste último país mais de trinta deles são martirizados. A observância de uma rigorosa regra religiosa, o amor a Deus e à Igreja, levaram esses religiosos contemplativos a preferir a morte a qualquer transigência em matéria de Fé.
Fonte: Revista Catolicismo de maio de 1985./blog Almas Castelos (cortesia)
Judas Iscariotes, a vida de um traidor – III
Judas e São Pedro
A queda de Judas representa para nós uma advertência. Causa vertigem pensar que um homem bom, escolhido e preparado por Deus para realizar uma grande missão, um homem que conviveu intimamente com o próprio Jesus, e que tinha todas as condições para ser fiel até o fim e muito santo, tenha caído tão fundo.
Essa advertência torna-se ainda mais forte, se nos lembrarmos de que não foi só Judas que traiu. Os outros Apóstolos também traíram o Senhor, embora de outro modo, e até o próprio Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, traiu Cristo. Ele que tinha a missão de ser a rocha incomovível sobre a qual se deveria edificar a Igreja ao longo dos séculos, negou covardemente o Senhor.
Judas e Pedro. Duas histórias que nos colocam diante do mistério do mal, dos abismos de maldade que existem no coração de todo ser humano.
A traição de Judas
No início, Judas seguia Jesus com retidão. Havia na sua alma, como na dos outros Apóstolos, ambições humanas alheias à missão de Cristo e interesses pessoais mesquinhos, mas estavam num segundo plano; o que importava acima de tudo era colaborar com o Senhor.
No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi-se invertendo: as ambições pessoais de Judas, não devidamente subjugadas à medida que ‘erguiam a cabeça’, foram pouco a pouco ganhando terreno até que, em dado momento, o Apóstolo percebeu com nitidez que a proposta de Jesus não se coadunava em absoluto com elas. Então, em lugar de retificá-las, preferiu mantê-las e colocá-las em primeiro lugar na sua vida.
Nesta quaresma, relembre das dores de Cristo, quando foi abandonado, traído mas ressurgiu em Glória para remir nossos pecados.
A partir daí foi-se desenvolvendo em sua alma um processo de infecção generalizada pelo câncer de um tremendo egoísmo. Seu coração foi-se endurecendo e distanciando aceleradamente de Cristo. A sua consciência foi-se embotando. Perdida a confiança em Jesus, passou a olhá-lo com olhos cada vez mais críticos, até chegar, após sucessivas decepções, a odiar Aquele a quem tanto admirara. Finalmente veio a traição vil.
Durante todo o tempo em que a alma de Judas se ia enchendo de trevas, Jesus não deixou de estimá-lo muito e de tentar ajudá-lo. Deu-lhe muitas oportunidades de arrepender-se do seu egoísmo.
Comenta São Tomás Morus que o Senhor “não o arrojou da sua companhia. Não lhe tirou a dignidade que tinha como Apóstolo. Nem lhe tirou a bolsa, e isso apesar de ser ladrão. Admitiu-o na última Ceia com os demais Apóstolos. Não hesitou em ajoelhar-se e lavar com as suas inocentes e sacrossantas Mãos os pés sujos do traidor, símbolo da sujidade de sua mente [...] Finalmente, no instante supremo da traição, recebeu e retribuiu o beijo de Judas com serenidade e com mansidão.
A negação de São Pedro
Negação de São Pedro
Pedro, pelo contrário, nunca perdeu essa retidão interior. Começou a seguir Jesus num arranque abnegado de generosidade. No entanto, a sua natureza generosa e ardente era frágil, e Pedro, apesar de tantas advertências carinhosas mas claras de Cristo, preferiu ignorá-las presunçosamente. E foi essa presunção que o perdeu. O seu itinerário até a queda correu pela linha das atitudes de autosuficiência, das ‘desafinações’ em relação ao espírito do Mestre, que a longo prazo apontavam para a infidelidade em situações extremas. E assim chegou à sua tríplice negação.
Pedro, tal como Judas, tinha uma visão demasiado humana da sua missão e do próprio Cristo. Não atribuía a devida importância à oração. Sem deixar de ser reto, chegou, por presunção, a tornar-se extremamente vulnerável.
As negações de Pedro chamam mais a atenção que a traição de Judas, porque, no caso deste último, é evidente que houve um lento processo de deterioração que preparou a queda ruinosa, ao passo que, no caso do primeiro, aparentemente, o tropeço chegou de repente.
Mas a verdade é que também no caso de Pedro houve um tempo de maturação da queda, um período suficientemente longo em que ele teria podido notar a aproximação do perigo e tomar as providências necessárias para afastá-lo.
Pedro poderia ter notado que, à medida que se aproximava o momento da morte de Cristo na Cruz, a perspectiva dessa morte, que Jesus já afirmara repetidas vezes ser absolutamente necessária, o vinha deixando cada vez mais perplexo e tristonho. Poderia ter notado que ia crescendo no seu coração a relutância em aceitá-la. Poderia ter reparado que essa relutância estava tornando difícil a sintonia com o Mestre, o diálogo profundo com Ele. Que desse modo se iam entorpecendo no seu coração os desejos de um seguimento incondicional de Cristo, abalando-se assim as bases da sua lealdade.
Poderia ter dado ouvidos ao Senhor quando Jesus o advertiu do perigo de sua defecção. Poderia, em suma, ter percebido que se estava afastando de Cristo, que o estava seguindo `de longe’, tornando-se portanto cada vez mais fraco. Não o fez por presunção — confiava demais em si mesmo — e, por isso, chegado o momento da prova, encontrou-se sozinho e desamparado, sem a ajuda de Cristo e da sua Santíssima Mãe, com a qual poderia contar se tivesse crescido em humildade.
continua…
Fonte: Lepanto/AASCJ
A queda de Judas representa para nós uma advertência. Causa vertigem pensar que um homem bom, escolhido e preparado por Deus para realizar uma grande missão, um homem que conviveu intimamente com o próprio Jesus, e que tinha todas as condições para ser fiel até o fim e muito santo, tenha caído tão fundo.
Essa advertência torna-se ainda mais forte, se nos lembrarmos de que não foi só Judas que traiu. Os outros Apóstolos também traíram o Senhor, embora de outro modo, e até o próprio Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, traiu Cristo. Ele que tinha a missão de ser a rocha incomovível sobre a qual se deveria edificar a Igreja ao longo dos séculos, negou covardemente o Senhor.
Judas e Pedro. Duas histórias que nos colocam diante do mistério do mal, dos abismos de maldade que existem no coração de todo ser humano.
A traição de Judas
No início, Judas seguia Jesus com retidão. Havia na sua alma, como na dos outros Apóstolos, ambições humanas alheias à missão de Cristo e interesses pessoais mesquinhos, mas estavam num segundo plano; o que importava acima de tudo era colaborar com o Senhor.
No entanto, com o passar do tempo, essa situação foi-se invertendo: as ambições pessoais de Judas, não devidamente subjugadas à medida que ‘erguiam a cabeça’, foram pouco a pouco ganhando terreno até que, em dado momento, o Apóstolo percebeu com nitidez que a proposta de Jesus não se coadunava em absoluto com elas. Então, em lugar de retificá-las, preferiu mantê-las e colocá-las em primeiro lugar na sua vida.
Nesta quaresma, relembre das dores de Cristo, quando foi abandonado, traído mas ressurgiu em Glória para remir nossos pecados.
A partir daí foi-se desenvolvendo em sua alma um processo de infecção generalizada pelo câncer de um tremendo egoísmo. Seu coração foi-se endurecendo e distanciando aceleradamente de Cristo. A sua consciência foi-se embotando. Perdida a confiança em Jesus, passou a olhá-lo com olhos cada vez mais críticos, até chegar, após sucessivas decepções, a odiar Aquele a quem tanto admirara. Finalmente veio a traição vil.
Durante todo o tempo em que a alma de Judas se ia enchendo de trevas, Jesus não deixou de estimá-lo muito e de tentar ajudá-lo. Deu-lhe muitas oportunidades de arrepender-se do seu egoísmo.
Comenta São Tomás Morus que o Senhor “não o arrojou da sua companhia. Não lhe tirou a dignidade que tinha como Apóstolo. Nem lhe tirou a bolsa, e isso apesar de ser ladrão. Admitiu-o na última Ceia com os demais Apóstolos. Não hesitou em ajoelhar-se e lavar com as suas inocentes e sacrossantas Mãos os pés sujos do traidor, símbolo da sujidade de sua mente [...] Finalmente, no instante supremo da traição, recebeu e retribuiu o beijo de Judas com serenidade e com mansidão.
A negação de São Pedro
Negação de São Pedro
Pedro, pelo contrário, nunca perdeu essa retidão interior. Começou a seguir Jesus num arranque abnegado de generosidade. No entanto, a sua natureza generosa e ardente era frágil, e Pedro, apesar de tantas advertências carinhosas mas claras de Cristo, preferiu ignorá-las presunçosamente. E foi essa presunção que o perdeu. O seu itinerário até a queda correu pela linha das atitudes de autosuficiência, das ‘desafinações’ em relação ao espírito do Mestre, que a longo prazo apontavam para a infidelidade em situações extremas. E assim chegou à sua tríplice negação.
Pedro, tal como Judas, tinha uma visão demasiado humana da sua missão e do próprio Cristo. Não atribuía a devida importância à oração. Sem deixar de ser reto, chegou, por presunção, a tornar-se extremamente vulnerável.
As negações de Pedro chamam mais a atenção que a traição de Judas, porque, no caso deste último, é evidente que houve um lento processo de deterioração que preparou a queda ruinosa, ao passo que, no caso do primeiro, aparentemente, o tropeço chegou de repente.
Mas a verdade é que também no caso de Pedro houve um tempo de maturação da queda, um período suficientemente longo em que ele teria podido notar a aproximação do perigo e tomar as providências necessárias para afastá-lo.
Pedro poderia ter notado que, à medida que se aproximava o momento da morte de Cristo na Cruz, a perspectiva dessa morte, que Jesus já afirmara repetidas vezes ser absolutamente necessária, o vinha deixando cada vez mais perplexo e tristonho. Poderia ter notado que ia crescendo no seu coração a relutância em aceitá-la. Poderia ter reparado que essa relutância estava tornando difícil a sintonia com o Mestre, o diálogo profundo com Ele. Que desse modo se iam entorpecendo no seu coração os desejos de um seguimento incondicional de Cristo, abalando-se assim as bases da sua lealdade.
Poderia ter dado ouvidos ao Senhor quando Jesus o advertiu do perigo de sua defecção. Poderia, em suma, ter percebido que se estava afastando de Cristo, que o estava seguindo `de longe’, tornando-se portanto cada vez mais fraco. Não o fez por presunção — confiava demais em si mesmo — e, por isso, chegado o momento da prova, encontrou-se sozinho e desamparado, sem a ajuda de Cristo e da sua Santíssima Mãe, com a qual poderia contar se tivesse crescido em humildade.
continua…
Fonte: Lepanto/AASCJ
quarta-feira, 23 de março de 2011
Actos dos Apóstolos
1. Passaram por Anfípolis e Apolónia e chegaram a Tessalónica, onde havia uma sinagoga de judeus.
2. Paulo dirigiu-se a eles, segundo o seu costume, e por três sábados disputou com eles.
3. Explicava e demonstrava, à base das Escrituras, que era necessário que Cristo padecesse e ressurgisse dos mortos. E este Cristo é Jesus que eu vos anuncio.
4. Alguns deles creram e associaram-se a Paulo e Silas, como também uma grande multidão de prosélitos gentios, e não poucas mulheres de destaque.
5. Os judeus, tomados de inveja, ajuntaram alguns homens da plebe e com esta gente amotinaram a cidade. Assaltaram a casa de Jasão, procurando-os para os entregar ao povo.
6. Mas como não os achassem, arrastaram Jasão e alguns irmãos à presença dos magistrados, clamando: Estes homens amotinam todo o mundo. Estão agora aqui! E Jasão os acolheu!
7. Todos eles contrariam os decretos de César, proclamando outro rei: Jesus.
8. Assim excitavam o povo e os magistrados.
9. E só depois de receberem uma caução de Jasão e dos outros é que os deixaram ir.
10. Logo que se fez noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia. Quando ali chegaram, entraram na sinagoga dos judeus.
11. Estes eram mais nobres do que os de Tessalônica e receberam a palavra com ansioso desejo, indagando todos os dias, nas Escrituras, se essas coisas eram de fato assim.
12. Muitos deles creram, como também muitas mulheres gregas da aristocracia, e não poucos homens.
13. Mas os judeus de Tessalônica, sabendo que também em Beréia tinha sido pregada por Paulo a palavra de Deus, foram para lá agitar e sublevar o povo.
14. Então os irmãos fizeram que Paulo se retirasse e fosse até o mar, ao passo que Silas e Timóteo ficaram ali.
15. Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível.
16. Enquanto Paulo os esperava em Atenas, à vista da cidade entregue à idolatria, o seu coração enchia-se de amargura.
17. Disputava na sinagoga com os judeus e prosélitos, e todos os dias, na praça, com os que ali se encontravam.
18. Alguns filósofos epicureus e estóicos conversaram com ele. Diziam uns: Que quer dizer esse tagarela? Outros: Parece que é pregador de novos deuses. Pois lhes anunciava Jesus e a Ressurreição.
19. Tomaram-no consigo e levaram-no ao Areópago, e lhe perguntaram: Podemos saber que nova doutrina é essa que pregas?
20. Pois o que nos trazes aos ouvidos nos parece muito estranho. Queremos saber o que vem a ser isso.
21. Ora (como se sabe), todos os atenienses e os forasteiros que ali se fixaram não se ocupavam de outra coisa senão a de dizer ou de ouvir as últimas novidades.
22. Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos.
23. Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: A um Deus desconhecido. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio!
24. O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas.
25. Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas.
26. Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação.
27. Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.
28. Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça...
29. Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens.
30. Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem.
31. Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos.
32. Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: A respeito disso te ouviremos outra vez.
33. Assim saiu Paulo do meio deles.
34. Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros.
fonte: Bíblia - facebook
A Intercessão dos Santos no Céu
São Paulo ao dizer que Nosso Senhor “é o único mediador entre Deus e os homens” (1Tm 2,5-6), ensina que Jesus Cristo é o único Salvador e não o único intercessor. Com efeito, no próprio versículo 6 da mesma carta ele não fala “intercessão”, mas “salvação”, “redenção” ou “resgate”, conforme a tradução: “Jesus Cristo, homem, que se entregou como resgate por todos”.
De fato existem muitos intercessores. No Novo Testamento há inúmeras passagens que nos exortam a interceder uns pelos outros, inclusive o que precede o versículo citado acima: “Recomendo-te, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, pedidos, ações de graça por todos os homens (…). Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador” (1Tm 2,1-3); “Orai uns pelos outros para serdes curados” (Tg 5,16). Logo, Nosso Senhor Jesus Cristo não é o único intercessor. No entanto, é em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo que todo e qualquer intercessor sempre ora e obtém a graça e não em seu próprio nome. Pois é somente através de Jesus Cristo que temos acesso ao Pai.
Diz ainda a Sagrada Escritura que quanto mais santo o intercessor, maior a eficácia da oração: “Orai uns pelos outros, para serdes salvos; porque a oração fervorosa do justo pode muito. Elias era um homem sujeito ao sofrimento como nós, orou com instância para que não chovesse sobre a terra, e durante três anos e seis meses não choveu. Orou de novo, e o céu deu chuva, e a terra deu o seu fruto” (Tg 5,16-18).
Nos primeiros tempos da Igreja, Deus, pelas orações dos fiéis, libertou São Pedro da prisão, enviando-lhe do céu um Anjo.
Se a oração de um justo aqui na terra (“sujeito ao sofrimento como nós”) tem grande eficácia, quanto mais eficácia terão as orações dos justos que se encontram na Bem-aventurança eterna ou no Purgatório!
Os bem-aventurados do paraíso e as almas do purgatório fazem parte também da comunhão dos santos, porque, unidos, pela caridade, entre si e conosco aqui da terra, recebem uns (os bem-aventurados) as nossas orações e outros (os do purgatório) os nossos sufrágios, e todos nos retribuem com a sua intercessão junto a Deus.
Por exemplo, Judas Macabeu, quando estava cercado por um exército de inimigos, teve uma visão na qual Onias, sumo Sacerdote, mostrava-lhe um varão de grande formosura e lhe dizia: “Este é Jeremias (que já havia falecido), profeta de Deus, que ora muito pelo povo e por toda a santa cidade” (II Macabeus, XV).
O livro do Apocalipse relata como as almas dos santos que foram mortos na defesa da fé, mesmo antes da ressurreição, rogam à Deus contra as injustiças praticadas na terra: “Vi (…) as almas dos que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus, e por causa do testemunho que tinham (dado dele); e clamavam em voz alta, dizendo: até quanto, Senhor, santo e verdadeiro, dilatas tu o fazer justiça, e vingar o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? (…) e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo até que se completassem o número dos seus conversos e irmãos, que haviam de padecer, como eles, a morte”. (Apc 6,9-11).
Também os santos anjos intercedem diante do Trono de Deus e lhe oferecem as nossas orações e sofrimentos: “E veio outro anjo, e parou diante do altar, tendo um turíbulo de ouro; e foram-lhe dados muitos perfumes a fim de que oferecesse as orações de todos os santos (…) e o incenso dos perfumes (formados) das orações dos santos subiu da mão do anjo até à presença de Deus. (Apc 8, 3-4)
Peça intercessão dos santos por sua vida. Como participantes da comunhão dos santos, interessa aos bem-aventurados, bem como às almas do purgatório, saber o que se passa na vida dos homens e sobre os acontecimentos do mundo em que viveram.
Isto porque no mundo continua ainda a desenvolver a realização do fim para o qual todos fomos criados, e cujo cumprimento há de completar somente com a gloriosa ressurreição de todos os que já se salvaram e dos que hão de salvar, para a absoluta plenitude da sua felicidade.
Assim sendo, eles vêm o se passa na terra, particularmente aquilo que diz respeito a cada um, na ordem da sua perfeição específica. Chegam ao seu conhecimento as orações que se lhes dirigem, e conhecem as necessidades espirituais ou temporais de quem lhes toca mais de perto. E estão sempre dispostos a atender as orações e prover às necessidades, interpondo a sua valiosa influência junto de Deus.
Agora, nem sempre os que estão na terra sentem os efeitos da intercessão dos Santos. Porque no Céu se julga das coisas da terra com critério divino, e pode suceder que não se ache bom, nem conforme com o plano da providência o que, visto com critério humano, assim nos parece . Mas, não obstante isto, pode haver comunicação permanente entre nós, que vivemos no mundo, e os que gozam a segurança da pátria celestial.
Esta comunicação consiste em lembrarmo-nos deles, congratularmo-nos com a alegria deles, e pedir-lhes que nos ajudem, com a sua intercessão junto a Deus, a alcançá-la também. Portanto, é muito conveniente fazermos todos os dias alguma oração em honra dos Santos e em sufrágio das almas do purgatório, para que intercedam por nós.
Baseado no blog Vocacionados Menores
fonte; facebook
terça-feira, 22 de março de 2011
Judas Iscariotes, a vida de um traidor – II
segunda parte
Judas, o ressentido
A última ceia
Com um ressentimento cada vez mais infeccionado contra o Senhor, foi dando voltas ao seu plano diabólico, até colocar-se a si mesmo numa posição de ilicitude, e ao Mestre num plano de ilegalidade e de culpa.
O Mestre era bom; mais ainda, mostrava-lhe um grande afeto. Era impossível que não tivesse notado a terrível perturbação de que o seu Apóstolo padecia havia cerca de um ano, mas continuava a tratá-lo da mesma maneira: o seu olhar procurava-o amorosamente, como sempre, e, quando lhe pronunciava o nome, a sua voz continuava cálida e amável. Não quisera trazer a público as fraudes perpetradas por ele contra a bolsa comum. Quando Tiago e João tinham querido falar disso com o Mestre, Cristo fizera-os calar e não quisera revogar a confiança que depositava no ladrão.
[Quando Judas criticou Madalena, por estar ungindo os pés de Jesus com um bálsamo precioso] o Senhor replicara: Por que vos escandalizais desta mulher? Ela fez uma boa obra comigo (Mc 14, 7). Judas não pôde resistir a essa repreensão em público e, diabolicamente ferido, aproveitou o pretexto desse “esbanjamento reprovável” para enfim levar a cabo o que por tanto tempo deixara amadurecer no seu íntimo.
Judas, o insolente
Os príncipes dos sacerdotes, tomados de assombro, satisfação e júbilo, não regatearam quando um dos Doze — um dos Doze! — se apresentou diante deles com a proposta por que tanto tinham esperado. Trinta siclos de prata! Judas não tinha outra coisa a fazer senão indicar aos inimigos de Jesus o tempo e o lugar em que o Mestre se encontraria sozinho e isolado da multidão. Vendeu o Mestre muito abaixo do preço de um escravo!
[Na Santa Ceia, Nosso Senhor anuncia a traição. São João pergunta: Quem é? Jesus responde: É aquele a quem eu der o bocado que vou molhar. E, molhando o bocado, tomou-o e deu-o a Judas Iscariotes (cfr. Jo 13, 21-30)].
Como são admiráveis as disposições do Senhor! Aquele pedaço de pão oferecido a um comensal era tão comum nos banquetes, que não podia chamar a atenção; pelo contrário, era uma manifestação de afeto para com um amigo. Cristo não atraiçoa nem mesmo aquele que o atraiçoa. Não lança contra ele nenhuma imprecação, como as que tinha proferido dois dias antes no Templo contra os seus inimigos, nem o entrega ao furor dos outros Apóstolos, seus companheiros.
A insolência de Judas [vai ao ponto de perguntar] Porventura sou eu, Rabi? (Mt 26, 25). Cristo olhou-o como só Deus pode olhar, e respondeu-lhe serenamente: Tu o disseste. Todo esse diálogo entre Jesus, João e Judas passou despercebido dos convivas, ou pelo menos não foi compreendido por eles.
Judas, o apóstata traidor
Desiludido com Jesus, afagado pelos inimigos deste, ferido por uma repreensão e por fim desmascarado, Judas foi-se afundando cada vez mais no abismo, até tornar quase impossível o arrependimento.
O pecado do traidor chegou ao auge quando Judas atravessou a noite amena e alegre da Páscoa, docemente iluminada pela lua cheia, à frente de uma grande multidão, armada de espadas e varapaus (Mt 26, 47). Lucas observa que Judas os precedia (Lc 22, 47): a um apóstolo convertido em apóstata, tudo lhe parece pouco para demonstrar o seu novo ardor.
Logo que chegou, aproximando-se dEle, saudou-o dizendo-lhe: “Mestre!” E beijou-o (Mc 14, 44 e ss.; Mt 26, 48 e ss.). Nele, Cristo experimentou toda a vileza de que é capaz a alma humana; no fundo daquelas trevas [da alma de Judas], vê rompido o selo que trazia o Nome do Senhor, porque nenhum apóstata é capaz de desarraigar completamente esse Nome que, desde o momento do seu Batismo, traz gravado na alma para sempre.
Aproximou o seu rosto do traidor, do infame, e trocou com ele o beijo da paz. Após uns instantes de silêncio, disse-lhe: Amigo, a que vieste? E depois, como se reprimisse um soluço: Judas, com um beijo entregas o Filho do homem? (Mt 26, 50; Lc 22, 48).
[Já profetizara o Salmista:] Se a ofensa viesse de um inimigo, Eu a teria suportado; se a agressão partisse de quem me odeia, dele me teria escondido. Mas tu, meu companheiro, meu amigo íntimo, que te sentavas à minha mesa e comias comigo doces manjares! (Sl 54, 13-15). Mas tu…!
Graças a Deus que temos bons exemplos de seguidores fiéis, como Santa Teresinha do Menino Jesus
Mas ai daquele por quem o Filho do Homem será entregue! Melhor lhe fora a esse homem não ter nascido (Mc 14, 21).
continua…
Fonte: Lepanto/AASCJ
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