domingo, 13 de março de 2011
Paquistão: Arcebispo pergunta: “quem nos vai defender agora?”
O assassínio de Shahbaz Bhatti, o cristão que vinha defendendo no governo do Paquistão a revogação da iníqua lei da blasfémia, deixou toda a comunidade inquieta.
O líder católico do país, o arcebispo D. Lawrence Saldanha de Lahore, disse que o futuro se adivinha difícil para a minoria cristã do Paquistão, especialmente para os mais jovens. Eles, afirmou, perderam um "grande líder" e isso deixou-os "oprimidos, reprimidos e deprimidos".
Lawrence Saldanha manifestou a convicção de que o assassinato do ministro federal para as Minorias mostrou como os partidos religiosos extremistas estão a ganhar terreno sobre um governo "muito fraco".
O arcebispo, que é presidente da Conferência dos Bispos Católicos do Paquistão, disse que os 2,5 milhões de cristãos estão agora “muito mais expostos à violência e intimidação de pessoas ", cuja mentalidade é centrada numa leitura extremista do Islão".
Falando de Lahore, D. Saldanha disse que "o assassinato de Shahbaz Bhatti significa que perdemos um grande líder da nossa comunidade que se bateu pela nossa causa. Nós não temos um líder agora. O nosso povo está muito abatido. As pessoas sentem-se como cidadãos de segunda classe. Nós não podemos falar.”
Acusando o governo de não combater de facto o fundamentalismo, o prelado denunciou que "a situação é precária para a nossa comunidade”. O arcebispo explicou ainda que agora teve de passar a haver segurança reforçada nos edifícios ligados à comunidade cristã. Como exemplo, a Catedral do Sagrado Coração, em Lahore, está sob a vigilância da polícia e está resguardada com barreiras de cimento e sacos de areia que compõem uma parede com três metros de altura em todo o perímetro da Igreja. "É como Fort Knox”, comentou.
Para ultrapassar este tempo difícil que a comunidade cristã está a viver, D. Saldanha deixou um forte apelo à oração, “especialmente por instituições de caridade”.
Departamento de Informação da Fundação AIS
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