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sábado, 12 de março de 2011

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus começou na Santa Ceia. Você sabia?

Eu também não.

Sou devoto do Sagrado Coração, até por uma tradição de família – meu pai tem Sua imagem entronizada em nossa casa.

E por isso mesmo, nestas férias, quando tive a oportunidade de ler o livro “O Estandarte da Vitória[1]“, não pensei duas vezes. E, confesso, fui surpreendido, como católico, pela dimensão desta devoção.

Fiquei sabendo, por exemplo, que São João Evangelista foi o primeiro devoto e é o patrono desta devoção. Foi ele que, na Santa Ceia (!), reclinou sua cabeça sobre o peito de Nosso Senhor e então ouviu as pulsações do Coração Divino. [2]

Neste simples gesto, São João percebia as intenções do Salvador e ficava mais perto dele para testemunhar sua adesão e seu amor. Por isso recebeu graças que lhe permitiriam deixar à Igreja algumas das verdades mais elevadas. [3]

E veja que impressionante; aquele “que Jesus amava” teve o privilégio de tornar-se filho e protector de Nossa senhora. O Divino Mestre deixou a Igreja aos cuidados de Pedro, mas deixou sua Mãe aos cuidados de João, o apóstolo de seu Sagrado Coração.

Também me impressionou muito entender que a fé ao Sagrado Coração tem um sentido mais profundo do que eu imaginava.

Eu entendia que esta devoção estava ligada sobretudo ao coração como símbolo do amor divino e humano. Afinal, o coração tem sido um símbolo do amor – neste caso do amor divino – ao longo do tempo. São Paulo mesmo dizia aos cristãos de Corinto que eles moravam em seu coração e que seu coração estava aberto para eles (2cor 7,3: 6,11)

Mas percebi agora que é muito mais do que isso. Li uma referência do evangelho sobre o Coração e vi como a devoção é profunda e nos pede tão pouco para recebermos as graças de Nosso Senhor.

Veja só; em certa ocasião, Jesus, falando às multidões, pregava sobre a importância da inocência e da despretensão na aquisição de bens espirituais:

“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.

E apontando seu coração, como exemplo a ser imitado por todos aqueles que, atribulados e sem rumo procuravam um caminho, concluía;

“Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.

Ou seja, quem estivesse cansado e oprimido, que aproximasse seu coração do D’Ele, e assim encontraria a paz. (Quem ainda não conhece estas passagens? Certamente muito poucos).

Mas, o que é surpreendente, é que Ele nos pede, na verdade, para imitá-Lo. Este é o principal objetivo da devoção. A imitação. Termos em nós Seus sentimentos interiores, Seu espírito e Sua mentalidade. Ou seja, o Coração representa tudo aquilo que vai dentro do Nosso Salvador e que deve estar também dentro daqueles que O seguem. Se não houver a imitação do Coração de Jesus, a Devoção a Ele não será autêntica.

Foi isso que me entusiasmou e me surpreendeu: ser devoto do Sagrado Coração de Jesus significa agir como Cristo, para que possamos alcançar a Misericórdia Divina, regenerando a nossa Fé e trazendo remédios para nossos males morais, não apenas individualmente, mas transformando as famílias e a sociedade.

Por isso, neste dias em que vivemos, esta devoção transformadora é tão importante.

1 O Estandarte da Vitória – Péricles C.F. e Melo
2 São João Evangelista, um dos discípulos a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus ( Jo 13,23).
3 “Pedro, tendo-se voltado, viu que o seguia aquele discípulo que Jesus amava o que na ceia estivera reclinado sobre o seu peito (Jo 21,20)
fonte/AASCJ

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