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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Iraque: Bispos denunciam em Bruxelas ausência de liberdade religiosa no país


“Não existe liberdade religiosa no Iraque”, afirmaram dois bispos iraquianos – o arcebispo de Erbil, D. Bashar Matti Warda, e o arcebispo caldeu de Mosul, D. Emil Nona – ao presidente do Conselho da Europa, Hermann van Rompuy, durante um encontro realizado em Bruxelas na semana passada.

A reunião, que durou cerca de meia hora, faz parte de um programa de visistas organizado por iniciativa da Fundação AIS.

Os prelados explicaram ao mandatário europeu que o artigo 3 da Constituição iraquiana concede uma espécie de primazia ao direito islâmico, já que nenhuma lei pode contradizer a sharia e expressaram também o desejo de que os cristãos recebessem ajudas europeias para a construção de escolas, o que beneficiaria toda a sociedade iraquiana. Segundo os arcebispos Warda e Nona, 95% das crianças que frequentam escolas cristãs procedem de famílias muçulmanas.

“A educação ajudaria a desenvolver uma nova cultura, bem como a liberdade religiosa, abrindo novas perspectivas aos jovens”, afirmou D. Warda. Por sua vez, Van Rompuy interessou-se pelas circunstâncias em que vivem as famílias iraquianas, pela situação da mulher no país, pelo futuro dos cristãos na antiga Mesopotâmia, pela protecção dos refugiados e procurou saber junto daqueles religiosos como a Europa poderá ajudar.

Van Rompuy comunicou ainda aos bispos iraquianos o crescente interesse que está a suscitar nas instituições da União Europeia a situação e o futuro dos cristãos nos lugares em que sofrem algum tipo de perseguição, especialmente no Médio Oriente.

Em Fevereiro de 2011, a União Europeia condenou a perseguição e os ataques sofridos pelos cristãos em muitos lugares do mundo. Nessa declaração, reconhecia-se que a liberdade religiosa é um direito fundamental de todos os seres humanos, que deve ser protegido “em todos os lugares”. Os dois bispos deram testemunho de cristãos que sofrem no Iraque. Na arquidiocese de Mosul, os cristãos e as igrejas têm sido alvo de repetidos ataques e o próprio predecessor de D. Nona morreu em cativeiro, em Março de 2008.

Segundo D. Warda, desde 2003 que mais de 500 cristãos foram assassinados por motivos religiosos ou políticos, 66 igrejas foram atacadas e 4 mil famílias cristãs iraquianas abandonaram a diocese de Erbil, no norte curdo do Iraque, para fugir da violência e da intimidação.

Os bispos tiveram encontros também com vários deputados europeus e com o antigo presidente do Parlamento Europeu e actual presidente da Fundação Konrad Adenauer, Hans-Gert Pöttering, bem como com importantes funcionários da Comissão Europeia.

O Iraque é um dos países prioritários para a Fundação AIS. Durante o ano passado, foram destinados 567.697 euros para ajudar as comunidades católicas que permanecem no país, apesar das hostilidades sofridas por parte de grupos radicais. Desde o início da guerra, milhares de caldeus tiveram de sair do país.

Departamento de Informação da Fundação AIS

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