domingo, 11 de setembro de 2011
Não faças julgamentos precipitados...
Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
- Mas que desgraça, o seu cavalo foi roubado!
E o velho respondeu: Calma, não cheguem a tanto. Simplesmente digam que o cavalo não está na cocheira. O resto é julgamento vosso.
As pessoas riram-se do velho.
Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou. Tinha fugido para a floresta. E trouxe uma dúzia de cavalos selvagens consigo.
Novamente as pessoas reuniram-se e disseram:
- Ó velho, você tinha razão. Não era uma desgraça, era uma bênção.
E o velho disse:
- Vocês estão a precipitar-se de novo. Quem pode dizer se é uma bênção ou não? Apenas digam que o cavalo está de volta...
O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens. Uma semana mais tarde, caiu de um dos cavalos e fracturou as pernas.
As pessoas reuniram-se e, mais uma vez, puseram-se a julgar:
- E não é que você tinha razão, velho? Foi uma desgraça o seu único filho perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:
- Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein? Não se adiantem tanto. Digam apenas que o meu filho fracturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isto é uma desgraça ou uma bênção...
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a alistar-se, menos o filho do velho. E os que foram para a guerra, morreram...
Quem é obcecado por julgar, cai sempre na armadilha de basear o seu julgamento em pequenos fragmentos de informação, o que o levará a conclusões precipitadas.
Nunca encerres uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa, quando uma porta se fecha, outra se abre...
Às vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a bênção que ela nos traz...
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