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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Boletim 3


A Igreja deve dar a conhecer os grandes valores evangélicos de que é portadora; ora ninguém os testemunha mais eficazmente do que aquele que faz profissão de vida consagrada na castidade, pobreza e obediência, numa total doação a Deus e plena disponibilidade para servir o homem e a sociedade, segundo o exemplo de Cristo.

Papa João Paulo II

Redemptoris missio, 07.12.1990, Nr. 69

Queridos Amigos,

Quaresma significa acompanhar Jesus que hoje sofre e age pela Igreja para a salvação de todos os homens.

Depois da guerra, dia e noite, chegavam à Alemanha milhões de refugiados das ditaduras comunistas do Leste da Europa. Atento, o Papa Pio XII seguia os dramáticos acontecimentos. Rezava pelos que tinham perdido tudo e pedia apoio aos fiéis.Mas não bastava. Queria uma ajuda ainda mais eficaz. Propuseram-lhe o nome de um monge norbertino: Werenfried van Straaten. Da sua abadia em Tongerlo, este monge pôs em marcha uma corrente de oração, fé, conversão e recolha de dinheiro, de roupa e de alimentos. Das várias campanhas nascerá a “Ajuda aos Padres do Leste”. Mais tarde, mudará de nome para “Ajuda à Igreja que Sofre”.

Toda a instituição é marcada pelas suas raízes. A AIS tem uma clara origem papal. A nossa terra-mãe é o coração paterno dos sucessores de São Pedro. O Padre Werenfried foi o extraordinário instrumento escolhido por Deus naquela situação. Com incansável energia e criatividade concretizou o pedido do Vigário de Cristo. Assim foi desde 1947. A breve trecho a história do século XX aceleraria vertiginosamente. Profeticamente, o beato João XXIII anunciou que a América Latina cairia nas mãos de seitas ou do marxismo se não se renovasse e aprofundasse a evangelização. A AIS concretizou o pedido. Depois, estendeu a sua actividade à Ásia e a África, apoiando centenas de bispos e legiões de missionários. Na difícil época pós conciliar, o importante para o Papa Paulo VI era preservar e aprofundar a fé nas regiões tradicionalmente católicas.

Colaborámos nisso de forma diversa. João Paulo II apontou novas necessidades e pediu-nos para ajudar, depois de ele próprio ter contribuído para a queda das ditaduras comunistas. Exortou-nos a apoiar a defesa da vida. E deu-nos um impulso ecuménico, sublinhando especialmente a aproximação à Igreja Ortodoxa Russa. A história é conhecida. Mas é sempre bom lembrar o essencial.

Numa manhã, tivemos uma audiência num círculo restrito, junto à grande Sala do Sínodo, no Vaticano. João Paulo II aproximou-se abrindo os braços.

Aproximei a cadeira de rodas do Padre Werenfried do Papa. Um momento de silêncio e um cumprimento mútuo. “Para a Ajuda à Igreja que Sofre o desejo do Santo Padre é uma ordem”, afirmou o norbertino com firmeza. Nesta Quaresma, que antecede a beatificação de João Paulo II por Bento XVI, estas palavras são um testamento.

Em Cristo e Maria abençoo-vos,

Padre Joaquín Alliende, Presidente da AIS Internacional

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