domingo, 10 de julho de 2011
Sincero, eis aqui a palavra
Sincero! Eis uma bela palavra que deve figurar no vocabulário de todo bom cristão.
Quem a teria inventado?
Ora, foram os romanos, “Sincero” vem do velho, do velhíssimo latim. Eis a poética e tranqüila viagem que fez o “sincero” para vir de Roma até a letra “S” dos nossos bons dicionários.
Os romanos fabricam certos tipos de vasos de uma cera especial. Esta cera, era às vezes tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos chegava-se a distinguir um objeto (um colar, uma pulseira ou um dado) que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso, assim fino e límpido, dizia o romano vaidoso:
- Como é lindo! Parece até que não tem cera! é um vaso “sine cera”.
“Sine” em latim quer dizer “sem” – como “sine die” (em latim), ou seja, “sem dia certo”
Assim “sine cera” queria dizer: sem cera!
“Sine cera” era, pois, uma certa qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.
Da antiga cerâmica romana o vocábulo “sine cera” passou a ter significação, muito mais elevada. “Sincero” é aquele que é franco, leal, verdadeiro; que não oculta; que não usa disfarce, malícia ou dissimulação. O sincero, à semelhança do vaso romano, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.
A sinceridade (ensinava o saudoso professor Silva Ramos) deve vir sempre ligada à delicadeza e à bondade.
Há muita gente, pouco educada, que confunde “sinceridade” com “grosseria”!
O sincero, à semelhança dos preciosos vasos romanos, deve ser fino e delicado.
A Delicadeza e a Sinceridade não são só irmãs: são também cunhadas. A Educação as uniu de tal modo que elas jamais poderão deixar de ser boas amigas e companheiras.
(Lendas do Céu e da Terra – Malba Tahan)
Fonte: Blog Almas Castelos (cortesia)
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