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sábado, 20 de agosto de 2011

A riqueza de se ter um amigo padre


Tu tens um amigo padre?
O sacerdote é um amigo de trincheira. Isto traz à nossa cabeça a imagem de uma guerra e as trincheiras formadas por sacos de areia que escondem vários soldados ou as trincheiras feitas por grandes buracos no chão para que eles se possam proteger e contra atacar.
Também pensamos em tantos filmes belíssimos de guerra e no soldado que arrisca a vida para salvar o pelotão e até mesmo para salvar o único amigo aleijado que ficou para trás. Ser amigo de trincheira é não ter nada a perder a não ser o amigo, é saber agir junto e ao mesmo tempo ser rápido para agir sozinho em favor do outro. Companheiro combatente onde a única verdade não é a minha reputação ou voltar para casa, realizar os meus sonhos, a única verdade que habita o coração combatente do amigo sacerdote é salvar a vida, mesmo que não seja a sua.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai (João 15,15). Amizade verdadeira é aquela que segue a estratégia do conhecimento, os meus amigos padres seguiam as trilhas do coração, primeiro do coração de Deus, achando sempre um atalho para o coração do amigo. Como o bom pastor conhece até a voz (cf. Jo 10). Crescer nesta amizade é não ter medo de arriscar, acreditar sempre que o outro pode fazer mais e melhor. Neste caminho exercita-se bastante a fé, a paciência, o discernimento e a confiança de quem espera o amigo ter mais capacidade de superar do que de vencer. Procura viver a misericórdia porque antes de tudo toca na sua miséria, este soldado amigo não precisa de se camuflar, porque a verdade é a sua maior defesa. Grande experiência de fé e vida no ser humano é ter um amigo padre!

A amizade sacerdotal é uma escola, onde ora se é discípulo e ora se é mestre. O padre é uma pessoa escolhida por Deus primeiro e que tem a capacidade de te conhecer e lapidar alma e coração, mas ele também é lapidado. Mas um sacerdote é um amigo muito especial.

O padre tem necessidade também de autênticas e verdadeiras amizades que o acolham na sua humanidade e fragilidade, mas também que o lembrem sempre da sua grande vocação de homem de Deus.

O Padre mendigo que confessou o Papa João Paulo II

Há um episódio pouco conhecido da vida do Papa João Paulo II, um belíssimo exemplo de humildade e misericórdia de um coração que soube ser amigo da humanidade:

Um sacerdote norte-americano da diocese de Nova York ia rezar numa paróquia de Roma quando, ao entrar, se encontrou com um mendigo. Depois de o observar durante um momento, o sacerdote deu-se conta que conhecia aquele homem. Era um companheiro do seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.

O padre, depois de se identificar e de o cumprimentar, escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido a sua fé e a sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote vindo de Nova York tinha a oportunidade de assistir à Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é costume. Ao chegar a sua vez sentiu o impulso de se ajoelhar frente ao Santo Padre e pedir que rezasse pelo seu antigo companheiro de seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.

Um dia depois recebeu o convite do Vaticano para cear com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e contou ao seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o padre mendigo, levou-o ao seu lugar de hospedagem, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de se assear.

O Pontífice, depois da ceia, indicou ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse a sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu: “uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”. “Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”, insistiu o mendigo. “Eu sou o Bispo de Roma, posso me encarregar disso”, disse o Papa.

O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse a sua própria confissão. Depois chorou amargamente. No fim João Paulo II perguntou-lhe em que paróquia tinha estado a mendigar, e designou-o assistente do pároco da mesma, e encarregado da atenção aos mendigos.

Oração: Obrigado Senhor, pelo dom da amizade, que é uma vocação tão rica e necessária para os nossos dias. Dai aos nossos sacerdotes a graça de serem profundamente amigos do Coração de Jesus e Maria para que eles saibam ser amigos e companheiros do teu povo. Concede também Senhor, que os nossos padres encontrem no seu trabalho pessoas amigas que possam ser para eles um sinal da Tua presença confortadora. Que pela fé e pelo poder do Divino Espírito Santo sacerdotes e leigos descubram a graça da direcção espiritual através da amizade e possamos viver como as primeiras comunidades: “eles tinham um só coração e uma só alma”.
Fonte: JAM

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