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quinta-feira, 22 de julho de 2010

A “água milagrosa” de Lourdes


Incontáveis multidões de fiéis vão a Lourdes a venerar à Santíssima Virgem, no local das Suas aparições à Santa Bernadete Soubirous.

E, obedecendo ao pedido da Mãe de Deus, essas multidões de fiéis bebem e lavam-se com a água da gruta das aparições.

Significado da água milagrosa

Fiéis levam para casa água que jorra das fontes. Uns se lavam no local Já desde os tempos das aparições, a água da fonte de Lourdes foi tida como “milagrosa”. E, no mesmo sentido em que numerosas imagens de Nosso Senhor, de nossa Senhora e de incontáveis Santos são tidas por “imagens milagrosas”. Do mesmo modo que, também a justo título, numerosas relíquias são chamadas “relíquias milagrosas”.

Assim são incontáveis os brasileiros que, em sã consciência, tem a Nossa Senhora Aparecida em conta de imagem milagrosa. Assim, a Ela se dirigem em romarías para solicitar a cura das suas doenças, a solução para seus problemas mais delicados, a paz e o conforto de alma para suas aflições espirituais.

No mesmo sentido, tem-se difundido aos milhões no mundo a “Medalha milagrosa”, indicada por Nossa Senhora nas Suas aparições na Rue du Bac à Santa Catarina Labouré.

Com expressões como “água milagrosa”, “imagem milagrosa”, etc., gerações e gerações de fiéis, na sua simplicidade, não entendem outra coisa senão o que a Santa Igreja ensina em matéria de milagres.

Fato confirmado pela avidez e entusiasmo com que os fiéis adquirem as publicações com a reta doutrina sobre os milagres, e pela pacífica e irrestrita aceitação do ensinamento da Igreja a respeito.

O ensinamento esclarecedor de São Tomás de Aquino


Como ensina Santo Tomás de Aquino, o milagre propriamente dito, não é produzido pela imagem milagrosa ou pela relíquia milagrosa, nem mesmo pelo Santo em vida. Nestes casos, o milagre é obra do próprio Deus que se serve instrumentalmente das imagens, relíquias ou do Santo em pessoa, para obrar Suas maravilhas.

Tanto nas imagens quanto nas relíquias, e mesmo ainda no Santo, não há uma virtude própria e intrínseca pela qual se operam os milagres. (Cfr. Suma Teológica, II-II, q.178, 1c ad 1 et ad.5; I, q. 117, 3 ad 1; II-II, q. 178, 1 ad 1).

Foi sempre assim que os católicos do orbe inteiro entenderam o valor da água de Lourdes, quando a denominavam, cheios de Fé, simplesmente “água milagrosa”.

E o mesmo se poderia dizer do modo pelo qual os católicos se referem a imagens e relíquias milagrosas. Embora tenham elas sido assim qualificadas pelos fiéis desde sempre, nem por isso foram estes advertidos de as estarem transformando em objetos mágicos ou talismânicos.

E ainda poder-se-ia perguntar: a Igreja teria se enganado durante quase dois mil anos à respeito do culto prestado às imagens e objetos milagrosos, alimentando a superstição e a crendice de raízes pagãs. Então, o que restaria do culto e da liturgia católicas?

Santo Tomás de Aquino ensina que, falando com propriedade, a Fé não opera milagres por si, mas obra como uma virtude que dispõe bem a pessoa a recebê-lo. E junto com a Fé cooperam a abstinência e a continência (Suma Teológica, II-II, q. 178, 1c ad 5.). Por conseguinte, a Fé não é causa nem condição necessária para o milagre.

Isto pode ver-se nos casos de milagres recebidos por ateus ou pagãos, em ordem à sua conversão, ou para afastá-los de fazer mal à Igreja.

Fonte: Lourdes e suas aparições

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