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terça-feira, 6 de julho de 2010

Festa de Maria Santíssima, Mãe de Deus


A invocação de Nossa Senhora, Mãe de Deus, remonta aos primeiros tempos do Cristianismo, tendo se difundido especialmente por ocasião do aparecimento da heresia de Nestório, Patriarca de Constantinopla, o qual negava a maternidade divina de Maria Santíssima.
O Concílio de Éfeso (antiga cidade da atual Turquia), em 431, condenou tal heresia, incentivando e difundindo aquela invocação mariana.
No Brasil, tornou-se famoso o Santuário da Mãe de Deus, edificado em 1679 na ilha de Cururupeva, no Recôncavo baiano, pelo Pe. Manuel Rodrigues. Ele visava dedicar, em terras brasileiras, à Rainha celeste, com a mencionada invocação, um santuário semelhante ao que existia em Lisboa, construído sob os auspícios da rainha Dona Leonor, esposa de Dom João II (1481-1495).
Já desde o século XVII, o povo da região do Recôncavo e o santuário da mencionada ilha comemovam a Mãe de Deus em festividade realizada no dia 10 de janeiro, a oitava de Natal, ocasião em que grande número de romeiros costumam acorrer àquele local para reverenciar a Virgem Santíssima.
Nossa Senhora, Mãe de Deus, é também padroeira das Catedrais de Porto Alegre (RS), Montes Claros (MG), Parnaíba (PI) e Paranavaí (PR).

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O título Teotokos (Mãe de Deus, em grego) de tal maneira havia penetrado no espírito e no coração dos fiéis, que se armou um escândalo enorme no dia em que, ante Nestório, Bispo de Constantinopla, um sacerdote, porta-voz seu, teve a ousadia de pretender que Maria não era Mãe senão de um homem, porque era impossível que um Deus nascesse de uma mulher.
Ocupava então a sede de Alexandria um bispo, São Cirilo, suscitado por Deus para defender a honra da Mãe de seu Filho. Prontamente tornou pública sua estranheza: “Estou admirado de que haja homens que ponham em dúvida poder chamar-se Mãe de Deus à Santissima Virgem. Se Nosso Senhor é Deus, como poderá ser que Maria, a qual O deu ao mundo, não seja Mãe de Deus? Esta é a fé que nos transmitiram os discípulos, embora eles não utilizassem semelhante expressão; é também a doutrina que nos ensinaram os Santos Padres”.

Nestório não admitiu qualquer retificação de suas idéias. O Imperador convocou então um Çoncílio, que inaugurou suas sessões em Éfeso, em 22 de junho de 431; presidiu-o São Cirilo, como Legado do Papa Celestino. Congregaram-se 200 Bispos: proclamaram que “a pessoa de Cristo é una e divina e que a Santíssima Virgem tem que ser reconhecida e venerada por todos como realmente Mãe de Deus”. E os Padres do Concílio, segundo narra a Tradição, para perpétua memória, acrescentaram à Ave Maria esta cláusula:
“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Oração que, desde então, recitam todos os dias milhões de almas para reconhecer em Maria a glória de Mãe de Deus, que um herege quis lhe arrebatar.
Em 1931, ao comemorar-se o décimo quinto centenário desse Concílio, julgou Pio XI que seria “útil e grato aos fiéis meditar e refletir sobre um dogma tão importante” como o da maternidade divina. Para que permanecesse um perpétuo testemunho de sua devoção mariana, escreveu aquele Pontífice a Encíclica Lux Veritatis, restaurou a Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, e, ademais, instituiu uma festa litúrgica que “contribuiria para o aumento da devoção à Soberana Mãe de Deus entre o clero e os fiéis, e que apresentaria a Santíssima Virgem e a Sagrada Família de Nazaré como um modelo para as famílias”.

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(Dom Prosper Guéranger,El Ano Liturgico

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