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sábado, 10 de julho de 2010

Sãozinha


Maria da Conceição Ferrão de Pimentel, conhecida pelo nome de Sãozinha, nasceu em Coimbra, no dia 1 de Fevereiro de 1923. Menina rica, filha única, bonita, aluna distinta, condecorada com muitas medalhas pelos seus triunfos escolares, piedosa, pura como um anjo, sofria uma grande tristeza : seu pai, médico distinto, não praticava a religião.

Quanto sacrifícios e orações ofereceu pela sua conversão a filha querida ! Sobretudo no Natal e Páscoa pedia e esperava tão grande graça. No Natal de 1939, o último que passou na terra, desabafa com a mãe : “Ainda não foi desta que o paizinho recebeu Nosso Senhor e eu estava tão cheia de esperança, e nem sequer foi beijar o Menino Jesus como os outros !”

Para arrancar ao Céu tão grande graça faz o maior d todos os sacrifícios : oferece a sua vida pela conversão do Pai. Aceitou o Senhor a heróica oferta. Depois de dois meses de atroz sofrimento, morre aos 17 anos de idade em Lisboa, aos 6 de Junho de 1940.

Esmagado pela dor, continuava empedernido seu pai, até que chegou o dia da graça.

“Aprouve a Deus ― escreve o Doutor Alfredo Pimentel ― que a missa do 30° dia, em sufrágio de alma da Sãozinha fosse rezada, justamente na igreja de São Francisco, em Alenquer, onde ela fizera a sua Primeira Comunhão, no dia mais feliz da sua vida. Ali, depois de evocar, com o coração retalhado de saudade, a doce figura da minha filha, as suas virtudes heróicas, a sua candura e simplicidade, toda a sua vida de amor e abnegação, revi, com a alma repassada de amargura, todo o meu passado de indiferença religiosa e compreendi que, para além da vida terrena, outra vida, mais perfeita e mais bela, nos espera no seio de Deus.

Então, quase instintivamente, abeirei-me do confessionário e fiz com humildade a minha confissão aos pés do confessor, preparando-me assim para receber comovidamente a Sagrada Comunhão. Sãozinha, a minha querida Filha, acabava de ver realizado o que tão ardentemente pedia ao Senhor ! Desde então procuro, com a graça de Deus, cumprir todos os meus deveres de cristão”.

Fonte: Patriarcado de Lisboa

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