PARTE I – A FORMIGA
Em certo formigueiro, nasceu uma formiguinha. Logo ao nascer, observava tudo. Um movimento de formigas que vem e que vão… Viu uma abertura com um clarão. Foi em busca dessa abertura e ao sair, ficou completamente paralisada: Quanta beleza! Quanta maravilha! Ficou encantada com o brilho do sol, com as flores coloridas e perfumadas, com tudo que estava em sua volta.
Estava tão entusiasmada com tanta beleza na natureza e com as coisas grandiosas que Deus fez, que teve a certeza de que certamente não nascera para morar naquele formigueiro no meio da terra, num buraco escuro no chão…
Sentiu que havia nascido para uma grande vocação. Viver em buracos no chão, escuro, em galerias subterrâneas… não era para ela.
Realmente aquela formiguinha não tinha nascido para o comum. Um brado de grandeza clamava para algo maior. A formiguinha ouvia para além do horizonte um eco de sublimidade que a chamava. Grandeza e Glória: eram essas as palavras que a moviam. Deixou o formigueiro e a vida comum das formigas e partiu.
Em sua caminhada se deparou com uma grande floresta. Parou e pensou se não seria arriscado demais entrar naquela floresta assustadora. Mas uma voz mais forte a chamava para além daquilo: Grandeza e Glória. Ela tinha que seguir. Se tivesse coragem de adentrar aquela densa floresta, certamente teria a Grandeza e a Glória. E assim fez.
(Porém, na verdade, aquilo não era nenhuma floresta, mas simplesmente um gramado. Mas para a formiguinha que era pequenina tudo aquilo era uma imensa floresta.)
Continuou heroicamente a caminhar pela densa grama, mas não achava nem a Grandeza e nem a Glória. De repente a formiguinha encontrou uma enorme pedra de ouro, tão grande e dourada que ela pensou: achei a Grandeza e a Glória. Com esse ouro terei Grandeza e muita Glória.
(Contudo não era nenhuma pedra de ouro. Era tão somente um grão de milho que estava no caminho. Mas para a formiguinha aquilo era uma pedra de ouro.)
Porém tão grande, tão pesada, que a formiguinha não conseguia nem sequer levantar do chão. Então, resolveu deixá-la para traz, pois não conseguia carregá-la mesmo.
Depois de algum tempo de caminhada a formiguinha se deparou com um rio enorme… Ora essa! Que rio maravilhoso – pensou. Se conseguir atravessá-lo certamente falarão que comigo está a Grandeza e a Glória. Mas como atravessar esse rio?
(Na verdade era um pequeno filete de água que escorria pelo caminho, mas para a formiguinha aquilo, sem duvida era um grande rio).
Percorrendo a margem do “rio”, rezou para que Nossa Senhora lhe desse coragem. Só pensava em encontrar a Grandeza e a Glória. De repente um vento sacode as plantas e uma das folhas se curva e faz uma pequena ponte. A formiga se alegrou, atravessou correndo pela ponte e logo do outro lado se ajoelhou para agradecer milagre tão estupendo. Partiu novamente, sempre na linha do horizonte em busca da Grandeza e da Glória.
Você já sabe onde podemos achar Grandeza e Glória não é mesmo? Só no Sagrado Coração de Jesus é que temos todas as bençãos necessárias para um viver feliz. Leve sempre consigo o Escudo do Sagrado Coração de Jesus.
Andava, andava… sem parar, sem qualquer descanso. De repente mais uma surpresa: e dessa vez surpresa com requinte, pois viu uma coisa brilhante na ponta de uma flor. Correu ao encontro do cristal e viu um objeto mais brilhante ainda no chão. Agora sim, um cristal e um belíssimo diamante.
(Na verdade aquele diamante, não passava de um cristal de açúcar, mas para a formiguinha aquilo era um diamante, e o cristal, nada mais do que uma gota de orvalho)
Dessa vez não mediu esforços. Subiu na flor para apanhar o cristal, mas ao chegar perto o cristal rolou e sumiu na terra. Qual não foi a tristeza da formiga. Mas ainda havia o diamante. Pôs o diamante nas costas e levou consigo para a sua Grandeza e Glória.
Já caminhava há muito tempo. Pensou em desistir da caminhada e voltar ao formigueiro. Mas sabia que algo lhe chamava para a sublimidade ainda maior. Pensava: “Se Deus colocou no meu caminho tantas maravilhas como ouro e diamante, que coisas estarão me aguardando, no final? Não posso desistir agora. Sinto que a grandeza para o qual fui chamada vale a pena qualquer sacrifício.” E assim, como chegava a noite, resolveu dormir para prosseguir a viagem no dia seguinte. A formiguinha admirava a noite, as estrelas e o brilho misterioso da lua, e cada vez mais sentia forças para prosseguir sua caminhada.
Ao amanhecer teve uma agradável surpresa. Foi acordada pelo canto de uma cigarra. A formiguinha pensava se tratar de um anjo, pois nunca tinha ouvido tal cantoria. Além do mais tal cantor tinha asas, certamente era um anjo enviado para lhe mostrar a Grandeza e a Glória. Depois de admirar o canto diferente, elogiou-o e disse que não poderia ir embora sem presentear aquele anjo com um maravilhoso diamante. Que com esse presente queria que o anjo lhe indicasse onde estão a Grandeza e a Gloria. A cigarra tratou logo de saborear aquele “cristal” (grãozinho de açúcar tão saboroso). E indicou: “Vá adiante, que a Grandeza e a Glória lhe esperam”.
A formiguinha prosseguiu a caminhada com a certeza das palavras do Anjo. Depois de muito caminhar, parou espantada:
- Por isso que a terra é tão iluminada desse jeito. Com tantos sóis iluminando-a… E que interessante, como esses sóis são perfumados…
(Mas não eram sóis, eram laranjas madurinhas penduradas em uma laranjeira, mas para a formiguinha aquilo eram sóis.)
Atrás da “árvore dos sóis”, havia algo que a formiguinha jamais tinha visto. Aquilo lhe dava uma sensação de Grandeza e de Glória jamais encontrada. Ao mesmo tempo uma tranqüilidade de espírito tão grande…
Ela sabia. Tinha chegado. Ali estavam a Grandeza e a Glória…
PARTE II – A ÁGUIA
Do outro lado da floresta, havia uma montanha alta e escarpada. A vida ali é grandiosa, cheia de epopéia, de horizontes grandiosos, de maravilhas especiais. Do alto da montanha, se enfrentam ventos bravios, tempestades, raios e trovões…
Ali está a águia, entre as rochas sólidas, no topo da montanha, fitando o horizonte e cuidando do seu ninho. Toda a manhã sai para fazer seu vôo majestoso.
No ninho, dois filhotes da águia. Abrindo os olhos eles admiravam o horizonte. Para certas criaturas a grandeza faz parte de sua vida. Ao começar a voar, um dos filhotes subiu muito alto e fitando o sol bradou: “oh sol! oh horizonte! Não haverá Grandeza e Glória maiores que vós?”
O filhote da águia sentiu no peito um chamado do céu. Tua vocação é a grandeza e a glória.
Tomou uma decisão: não voltaria mais à montanha escarpada, pois a Grandeza e a Glória a esperavam.
Depois de muito voar, achou um castelo, com muralhas e torres majestosas. Pensou: o castelo é voltado para as grandes guerras, haverá muitos heróis e muita Grandeza. Devo ficar aqui. Procurou a melhor torre e ali fez sua morada.
De lá observava tudo. E percebeu que muitas guerras se davam por vaidades, torneios sem fundamento, por meras competições fátuas… buscavam não a verdadeira glória, mas a vã glória.
Levantou vôo e foi para a imensidão azul do céu, nas alturas da epopéia para encontrar a verdadeira Grandeza, a verdadeira Glória.
Percorreu muitos campos e serras e avistou ao longe, um palácio. Foi se aproximando e observou a delicadeza e a elegância das torres e de toda a construção. Tudo era tão maravilhoso que a águia chegou a pensar: Aqui realmente estão a Grandeza e a Glória.
No entanto o palácio era sacudido constantemente por revoltas, traições, jogos de interesses políticos, bajulações e compra de prestígios, golpes de estado… A águia viu que não estava naquele majestoso palácio a verdadeira Grandeza, a verdadeira Glória.
Mais uma vez, levantou vôo e foi para a imensidão azul do céu. Dessa vez voou muito alto, e com velocidade que só os que anseiam por grandeza tem a coragem de efetuar. E tendo observado muitos lugares pelos quais passou, em nenhum deles encontrou a verdadeira Grandeza, a verdadeira Glória.
Por fim, avistou um lugar de muita Grandeza. Desconfiada, voou ao redor por várias vezes. Mas algo ali acontecera. Um som majestoso saído de uma das torres convidava a águia a ali pousar. Logo em seguida um coro de vozes serenas entoavam uma bela canção que se elevava até o céu. Ali havia verdadeira Grandeza e verdadeira Glória.
Nessa torre a águia fez sua morada e sentiu em sua alma e em seu coração a Grandeza e Glória que jamais havia sentido em toda a sua vida.
No entanto ela não estava só: logo abaixo havia uma pequena formiguinha cavando um buraquinho para fazer sua morada também.
Tanto águia quanto formiga encontraram o que tanto buscaram durante a sua vida. Você conhece alguém que está nesta busca? Dê de presente a esta pessoa um escudo do Sagrado Coração de Jesus e mostre que só através do Filho de Deus e Sua Mãe Santíssima, podemos alcançar Grandeza e Glória.
Era a torre de uma belíssima igreja de onde se ouvia o som harmonioso dos sinos e o suave canto gregoriano dos monges de Nossa Senhora.
Ali se travava a maior de todas as guerras: a luta contra si mesmo, a vida de orações e sacrifícios. Ali Nossa Senhora vence, e o demônio é derrotado.
Ali estava a maior de todas as Grandezas e a maior de todas as Glórias, pois no sacrário está verdadeiramente Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo.
Fonte: AASCJ
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