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terça-feira, 3 de maio de 2011

O que nos une a Deus é a caridade


Faça caridade, pense no próximo. Mostre em forma de prece ao seu amigo o quanto você se importa com ele. A caridade é uma verdadeira amizade sobrenatural, que nos une a Deus. Já no Antigo Testamento se chama a Abraão o amigo de Deus (Jud., VIII, 22); a mesma denominação recebem os profetas (Sab., VII, 27).

No Novo Testamento, Jesus diz-nos (João, XV,15): “Sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando. Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu Senhor; MS chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo que ouvi de meu Pai”. Estas palavras foram ditas aos apóstolos, e portanto, também a nós. E isto leva-nos longe, se formos fiéis.

Esta virtude também nos faz amar sobrenaturalmente o próximo, na medida em que é amado por Deus, nosso Pai comum e em que é filho de Deus ou pelo menos está destinado a sê-lo.

Esta caridade infusa deve lançar raízes cada vez mais profundas na vontade e extirpar de lá o amor desordenado de nós mesmos. Ela dilata-nos o coração, para lhe comunicar parte da grandeza da bondade divina e fazer com que amemos, como amamos a Ele, todos os homens sem exceção. Ainda mais, se um justo vivesse na terra por tempo indefinido, milhares de anos, para merecer, a caridade não cessaria de crescer no âmago de sua vontade.

São Tomás exprimiu admiravelmente esta verdade: “A caridade infusa pode aumentar sempre em si mesma, porque constitui uma participação do amor incriado e sem limites; pode também aumentar por parte de Deus, seu autor, capaz de fazer com que ela cresça sempre, cada vez mais em nós; finalmente, pode também aumentar por parte da nossa alma, porque quanto mais a caridade aumenta, mais a nossa alma se torna capaz de receber esse aumento”.

A caridade, ao progredir, dilata o nosso coração que se vê de certo modo invadido pelo amor de Deus. E este amor torna-a a cada vez mais profunda para encher mais ainda. Uma vez ou outra, é nos dado experimentar isto na oração.

Extraído do livro: “O homem e a eternidade” de R Garrigou – Lagrange/AASCJ

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