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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Bakhita, de escrava a santa


Madre Josefina Bakhita nasceu no Sudão (Oglassa, Darfur) em 1869 e morreu em Schio (Vicença) em 1947.
Sta. Josefina Bakhita, Religiosa Canossiana – Festa 8 de fevereiro
Bakhita, que significa “afortunada”, não era o nome que ela havia recebido de seus pais ao nascer. Esse nome foi dado a ela pelos seus seqüestradores. O medo e as terríveis experiências pelas quais ela passou fizeram com que ela esquecesse o nome que seus pais lhe haviam dado. Ela foi seqüestrada por comerciantes de escravos na idade de nove anos. Vendida e revendida nos mercados de El Obeid e de Cartum, ela sofreu as humilhações e os sofrimentos da escravidão física e moral.

Bakhita foi comprada por um Cônsul italiano, Callisto Legnani, em 1883. Na residência do Cônsul, Bakhita experimentou paz, carinho e momentos de alegria, embora velados pelas saudades de sua própria família, a qual provavelmente ela havia perdido para sempre.
Problemas políticos forçaram o Cônsul a voltar para a Itália em 1885. Bakhita pediu e obteve permissão para ir com ele e um amigo seu, o Sr. Augusto Michieli.
Ao chegar a Gênova, o Sr. Legnani, pressionado pelo pedido da esposa do Sr. Michieli, consentiu em deixar Bakhita com eles. Ela acompanhou a nova ‘família’, que se estabeleceu em Zianigo (perto de Mirano, Vêneto). Quando nasceu a filha do casal, Mimmina, Bakhita tornou-se sua ama e amiga.
A compra e o gerenciamento de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, forçaram a Sra. Michieli a mudar-se para aquela cidade para ajudar seu esposo. Seguindo o conselho de seu administrador, ela entrega Mimmina e Bakhita aos cuidados das Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos, em Veneza. Foi lá que Bakhita aprendeu tudo sobre Deus, de quem “ela tinha conhecimento em seu coração, embora sem saber quem Ele era”, desde sua infância. “Vendo o sol, a lua e as estrelas, eu dizia para mim mesma: Quem pode ser o Senhor dessas coisas belas? E eu sentia um grande desejo do vê-Lo, de conhecê-Lo e de reverenciá-Lo…”


Após vários meses de Catecismo, Bakhita recebeu os sacramentos iniciais e deram-lhe o novo nome: Josefina. Era o dia 9 de janeiro de 1890. Ela não sabia como expressar sua felicidade naquele dia. Seus olhos grandes e expressivos brilhavam revelando profunda emoção. Daquela data em diante, constantemente a viam beijando a pia batismal dizendo: “Aqui eu me tornei uma filha de Deus!”


Quando a Sra. Michieli voltou da África para buscar sua filha e Bakhita, esta com uma firmeza e coragem incomum, expressou seu desejo de permanecer com as Irmãs Canossianas e servir a Deus que havia dado tantas provas de Seu amor por ela. A jovem africana, agora já com idade para tal, aproveitou-se da escolha que a lei italiana lhe assegurava.
A 8 de dezembro de 1896, em Verona, Josefina Bakhita foi consagrada para sempre a Deus, a quem ela chamava pela suave expressão “o Mestre”.
Por 50 anos esta humilde Filha da Caridade, uma verdadeira testemunha do amor de Deus, viveu na comunidade de Schio encarregada de vários serviços: cozinhando, costurando, bordando e atendendo a porta.
Na portaria, ela gentilmente atendia as crianças que diariamente assistiam as aulas das Canossianas. Sua voz, que tinha as inflexões e os ritmos da música de seu país, era agradável aos pequeninos, confortadora dos pobres e sofredores, e dava coragem aqueles que batiam na porta do Instituto.
Sua humildade, sua simplicidade e seu constante sorriso ganharam os corações de todos os moradores da cidade. Suas irmãs da comunidade a estimavam pela sua natureza doce e inalterável, sua boa vontade e seu profundo desejo de tornar Nosso Senhor conhecido. “Seja bom, ame o Senhor, reze por aqueles que não O conhecem. Que grande graça é conhecer Deus!”


Na sua velhice ela sofreu longos e penosos anos de doença. Madre Bakhita continuava a testemunhar fé, caridade e esperança cristã. Para aqueles que a visitavam e perguntavam como ela estava, ela respondia com um sorriso: “Como o Mestre deseja!”
Durante sua agonia, ela como que reviveu os terríveis dias de sua escravidão e mais de uma vez pediu para a enfermeira que a assistia: “Por favor, solte as correntes… elas são pesadas!” Foi a Santíssima Virgem quem a libertou de todos os sofrimentos. Suas últimas palavras foram: “Nossa Senhora! Nossa Senhora!”, e seu último sorriso confirmava seu encontro com a Mãe de Nosso Senhor.
Madre Bakhita exalou seu último suspiro no dia 8 de fevereiro de 1947, no Convento Canossiano de Schio, rodeada pelas Irmãs. Uma multidão imediatamente reuniu-se no Convento para dar um último adeus a sua “Madre Moretta” e para pedir sua proteção do Céu. Sua fama de santidade se espalhou por todos os continentes e muitos são os que recebem graças através de sua intercessão.
Esta flor africana, que conheceu as angústias do seqüestro e da escravidão, desabrochou maravilhosamente na Itália, em resposta às graças de Deus, com as Filhas da Caridade. O processo para a causa de Canonização teve início doze anos após sua morte e em 1° de dezembro de 1978 a Igreja proclamou o Decreto da prática heróica de todas as virtudes.
Fonte: Heroínas da Cristandade/AASCJ

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