terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Que haverá depois da morte?
A morte consiste na separação do corpo e da alma. Consequentemente, o corpo, feito cadáver, é lançado à terra, e a alma, sendo espiritual, sobrevive, pois é imortal, nem perde a lucidez.
Logo após a morte dá-se o juízo particular. O juízo particular consiste na iluminação de todos os atos da vida da pessoa, para que possamos ver, com objetividade absoluta, as virtudes e as faltas da nossa conduta terrestre. Assim iluminada a alma humana imediatamente colhe os frutos de seus atos virtuosos e de suas faltas, recebendo a justa sorte que lhe compete: ir para o Céu, imediatamente ou após purificação no Purgatório, ou ir para o Inferno, como vários textos da Bíblia nos relatam.(MT 12,31; 2MC 12,46; JO 5,28-29; MC3,29; MC 9,43-48) Após a morte, mesmo antes da ressurreição da carne, que se dará no fim dos tempos, a alma tem esses três destinos: CÉU, PURGATÓRIO ou INFERNO.
MAS, O QUE É O CÉU?
O céu é a visão de Deus face a face, de modo a ter a satisfação plena de todos os nossos anseios de felicidade, sem aborrecimento nem tédio. Deus será sempre a grande maravilha para os justos no céu. Na pátria celeste, os justos, vendo a DEUS, vêem também seus familiares e amigos plenamente identificáveis, embora ainda não ressuscitados corporalmente. No céu estaremos em comunhão com a Santíssima Virgem, com os Anjos e os Santos.
A glória celeste supera tudo quanto podemos imaginar aqui na terra. É a consumação da união com Deus pela visão imediata e pelo amor. Deus conservará eternamente nas almas dos justos o seu ser natural e o seu ser de graça, atraindo-as incessantemente a si. Deus está eternamente nelas e é ainda mais verdadeiro dizer-se que elas estarão eternamente nele.
No céu a visão de Deus ultrapassa de longe todo conhecimento abstrato, discursivo, analógico, que só a partir dos efeitos se chega até à divindade. Trata-se da intuição imediata da Realidade suprema. A alma vê Deus não apenas no espelho das criaturas, não pelo seu reflexo no mundo angélico, mas imediatamente, sem qualquer intermediário criado. Deus, sendo totalmente espiritual, estará intimamente presente na nossa inteligência, esclarecendo e fortalecendo para lhe comunicar a força necessária para o ver.
No céu, todos os bem-aventurados vêem a Deus, mas com penetração diferente, proporcionada aos seus méritos, e nunca tão profundamente como Deus se conhece a si mesmo, tanto quanto é cognoscível, em tudo o que é, em tudo o que pode, em tudo o que quer.
E O QUE É O PURGATÓRIO?
Para o purgatório vão as almas que falecem em estado de graça (amigas de Deus) mas precisam ser purificadas para a contemplação de Deus. Cada alma fica no purgatório, portanto, por um tempo determinada até se purificar e ir para o Céu. Deve-se dizer que a pena é tanto mais longa e mais intensa quanto maior expiação exigir. O rigor da pena corresponde à gravidade da falta e a duração será tanto maior quanto mais radicada no sujeito ela se encontrar. Pode ser que alguém fique lá mais tempo e seja menos atormentado que outrem que dele seja libertado mais depressa, depois de ter sofrido mais intensamente.
O purgatório em si durará até ao juízo final, quando deixará de haver purgatório. Os últimos eleitos serão suficientemente purificados antes de morrer: (Mat. XXIV, 24) “Levantar-se-ão falsos Cristos e falsos profetas e farão grandes prodígios e coisas extraordinárias, para seduzirem, se fosse possível, os próprios eleitos”. No v. 22, diz: “Se estes dias não fossem abreviados, ninguém escaparia, mas serão abreviados em atenção aos escolhidos”.
QUE SERÁ O INFERNO?
A palavra inferno vem do latim infernus, que designa os lugares inferiores, subterrâneos e tenebrosos. No Novo Testamento, o inferno dos condenados, aparece muitas vezes denominado Geena, que designa, em hebraico, um rioo ao sul de Jerusalém, onde se lançavam as imundícies de todos os gêneros e os cadáveres devorados pelos vermes. Havia lá fogueiras a arder quase perpetuamente para consumir a podridão. Por isso este lugar representa o verdadeiro inferno.
O inferno é para sempre, um verme que não morre, um fogo que não se apaga. É impossível a conversão ou arrependimento de um demônio ou de um condenado. O inferno é, pois, eterno.
Extraído do livro: “Católicos perguntam”. Estevão Tavares Bettencourt, OSB (com adaptações)
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