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terça-feira, 12 de outubro de 2010

O PADRE AMÉRICO DOS GAIATOS


Américo Monteiro Aguiar, mais conhecido por “Padre Américo do Gaiato” ou “dos Gaiatos”, nasceu em Galegos, Penafiel, a 23 de Outubro de 1887. Sentindo desde novo vocação para padre, não conseguiu a autorização do pai, que o encaminhou para o comércio. Trabalhou em Moçambique dos 18 aos 36 anos, chegando a ver a fortuna bater-lhe à porta. Sentindo a vocação religiosa, entrou num convento franciscano, saindo dois anos depois, por não ser este o seu caminho. Desejando ser padre, depois de ver recusada a sua entrada no Porto, foi recebido no Seminário de Coimbra, onde se preparou. Em 1929, aos 41 anos foi então ordenado sacerdote. Começou por ser prefeito e professor no Seminário. Mais tarde, o bispo encarregou-o da “Sopa dos Pobres”. É então que descobre a sua verdadeira vocação para a prática da caridade em relação às pessoas carenciadas e em sofrimento, como reconhece: “Pedi licença ao prelado da Diocese para me deixar visitar e cuidar dos Pobres, que para outra coisa não prestava em virtude de uma doença que ao tempo me consumia; e ele disse-me que sim”.

Dedica-se em seguida ao apostolado da Caridade, visitando famílias pobres, doentes nos hospitais e presos nas cadeias: “Comecei por uma toca no Largo da Trindade onde habitava uma mulher prostituída, com quatro filhos de outros tantos pais; a qual mulher falecia pouco depois à minha beira, roída de doença e do pecado, a pedir perdão e a perdoar! Em questão de miséria social, a minha estreia foi perfeita e o meu serviço bem acabado.”

Contactando com um número grande de rapazes que viviam uma vida de miséria e abandono, teve a ideia de os ajudar. Primeiramente organizou colónias de férias com alguns deles. Por fim, começou a pensar numa ajuda mais duradoura. Em 1940, conseguiu uma casa em Miranda do Corvo, onde acolheu alguns rapazes. Depois surgiram outras Casas do Gaiato e mais duas iniciativas: o Património dos Pobres e o Calvário, esta última para doentes incuráveis. O Património dos Pobres surge sob o lema “cada freguesia cuide dos seus pobres”. Em muitas paróquias, ergueram-se casas para famílias carenciadas.

Consumiu a vida sacerdotal no apoio aos pobres, procurando tirá-los da miséria, com o auxílio dos que consciencializou para o essencial dever de «amar em obras e em verdade». Foi um pedagogo da Caridade, um renovador de mentalidades. Seu guia, o Evangelho; seu único mestre, Cristo; sua grande tribuna, o jornal O Gaiato, por ele fundado. Correu o país a pedir ajuda para as suas Obras e a dirigi-las. Encontrou a morte, num desastre de viação, a 16 de Julho de 1956.

Como padre prestou especial atenção à missão que lhe foi confiada e aos sinais de Deus que o conduziram para o amor e a educação às crianças da rua, aos pobres e aos doentes abandonados. Ao mesmo tempo, com os seus escritos e visitas, inquietava as pessoas, organizações e autoridades para colaborarem no seu apostolado e na sua obra educativa e assistencial. Numa sua oração, dizia: “Senhor, que eu saiba sempre pegar na vida dos Pobres com jeito e com muito amor, assim como quem abraça cibórios de Pão Vivo rentinho ao coração”. Assim ligava a Eucaristia e o serviço de amor aos Pobres, com maiúscula, como ele próprio escrevia. É o mesmo Jesus que se ama no Sacramento e no Homem: Ele está presente tanto num como noutro, segundo o Seu Evangelho.

Fonte: P. Jorge Guarda/Canção Nova

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