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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pegadas maravilhosas


Século X – Praga (Boêmia)

São Venceslau, duque soberano da Boêrnia[1], tinha singular devoção ao Santíssimo Sacramento do altar. Mandava reverenciar os sacerdotes, manifestava a eles sinais de honra e diferença, favorecia-os o quando podia e julgava-se muito honrado em poder ajudar pessoalmente na celebração do Santo Sacrifício.

O intenso amor que professava a Jesus Sacramentado se manifestava de modo especial nas freqüentes visitas que, de dia ou de noite, fazia às igrejas para adorá-Lo. Se o templo estivesse fechado, joelhava junto à porta, e ali permanecia recolhido em oração. Se a distância ou a falta de tempo não lhe permitiam aproximar-se dEle, de longe dirigia seu olhar para o tabernáculo, para oferecer vassalagem a Deus Nosso Senhor, oculto na Sagrada Eucaristia.

Uma noite em que nevava copiosamente, ia o Santo de pés descalços para visitar o Santíssimo Sacramento nas igrejas, e o criado que o acompanhava se ia queixando do frio excessivo que sentia.

– Põe, lhe disse Venceslau, teus pés sobre as marcas dos meus.

O acompanhante assim o fez, e mal deu alguns passos começou a sentir que do gelo pisado pelo santo monarca saia um suave calor, que maravilhosamente o aquecia.

Esse prodígio fez entender ao criado quanto agradavam ao Senhor as visitas que Venceslau Lhe fazia no Santíssimo Sacramento.

(Lorenzo Surio, Vida de San Wenceslao)

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[1] Era menino de 13 anos quando herdou o Ducado da Boêmia, por morte de seu pai Vratislau. Na Corte, duas influências opostas se defrontavam: de um lado, a piedosa Ludmila, mãe de Vratislau, que era católica fervorosa e educou no catolicismo o neto Venceslau; de outro lado, a duquesa Draomira, viúva de Vratislau, regente na menoridade de Venceslau. Sendo pagã fanática e não conseguindo ter influência sobre o jovem duque, manifestava clara preferência pelo filho mais jovem, Boleslau, que também era pagão. Draomira mandou estrangular a sogra e passou a perseguir os católicos, mas não ousou tocar em São Venceslau. Este, impotente, tomou uma atitude prudentemente discreta até que, ao atingir os 18 anos, deu um golpe de força e destituiu a mãe, tomando posse do seu ducado e modificando radicalmente a situação. Favoreceu o catolicismo, chamou de volta os missionários, mandou editicar igrejas, submeteu-se como vassalo do Sacro Império. Muito piedoso, fazia questão de preparar pessoalmente, com trigo de suas plantações e uvas de suas videiras, as hóstias e o vinho destinados ao Sacrifício da Missa. Fez um breve mas memorável governo e morreu em 929, aos 23 anos de idade, assassinado por Boleslau, que, em conluio com a mãe, o atraíra para uma cilada.
fonte: aascj

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