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domingo, 31 de outubro de 2010

Por nós católicos acendemos velas


Por que se acende uma vela a Deus ou a um santo? Para comprá-los a fim de alcançar uma graça? Ou para apaziguá-los a fim de ficarmos livres de um mal que nos atormenta ou de uma desgraça que nos ameaça? Nem um nem outro.

O sentido da vela acesa é muito mais nobre e mais profundo.

Símbolo de consumação

Deus é nosso Criador e nós, suas criaturas; quer dizer que tudo o que somos e tudo o que temos nos foi dado de graça por Deus. Por conseguinte, seu poder sobre nós é absoluto e seus direitos ilimitados. Pode até exigir a nossa própria vida em sacrifício. Até os povos pagãos reconheciam esse direito a seus falsos deuses. Por isso ofereciam-lhe sacrifícios humanos (crianças, geralmente, por causa de sua inocência), para acalmar a sua ira ou conseguir o que desejavam.

A Bíblia Sagrada nos diz também que o Deus verdadeiro pediu a Abraão que lhe sacrificasse seu filho único Isaac. Abraão obedeceu. Mas no instante em que segurava a faca para matar o filho em cima da fogueira, Deus enviou seu Anjo que reteve a mão do pai e substituiu o filho por um carneiro (Gn 22). Deus mostrava, assim, que os sacrifícios humanos não são agradáveis a seus olhos e que só quis pôr à prova a fidelidade e a obediência de seu servo.

Na história da humanidade houve um só sacrifício de seu próprio Filho feito homem, Nosso Senhor Jesus Cristo, na cruz, para a salvação e a redenção do gênero humano. Esse sacrifício continua renovando-se misticamente, de modo incruento, onde houver um sacerdote e um altar.

Que relação pode haver entre um sacrifício e uma vela acesa? A vela acesa substitui, perante de Deus, a pessoa que a acende: consome-se, como se fosse um holocausto oferecido a Deus. O holocausto era, na Antiguidade e na lei mosaica, o sacrifício mais perfeito, porque por ele a vítima era oferecida a Deus e queimada, por inteiro, em reconhecimento a seu poder e direito absolutos sobre quem a oferecia. A vela acesa é um holocausto em miniatura.

A pessoa adquire a vela, que passa a lhe pertencer, a ser sua. Acende-a para ser consumida em seu lugar.

Uma vela acesa a Deus simboliza, portanto, a adoração e a entrega total de quem a acende ao Deus Todo Poderoso, Senhor e Criador de todos os seres. Uma vela acesa a um santo tem o mesmo simbolismo, só que este sacrifício é oferecido a Deus por intermédio daquele santo. É claro que está longe de ter o mesmo valor do sacrifício eucarístico, cujo valor é infinito, visto que por ele é o próprio Homem-Deus que se oferece a seu Pai. Mas nem por isso deve ser desprezado ou abolido. Deve-se, sim, evitar a má interpretação e o exagero, isto é, evitar dar-lhe maior valor do que ele tem. Vela acesa é, pois, símbolo de consumação.

Símbolo de Cristo, Luz do mundo

A vela acesa tem também outro simbolismo. Irradiando luz iluminadora, simboliza Cristo “Luz do mundo”, conforme ele próprio se qualificou. Por isso, nos ofícios litúrgicos, usam-se velas acesas, sobretudo durante a semana santa e o tempo pascal.

Por que Acender Velas?

O costume de acender velas tem origem nas prescrições do Antigo Testamento: “O Senhor disse a Moisés: “Ordena aos israelitas que te tragam óleo puro de olivas esmagadas para manter, continuamente acesas as lâmpadas do candelabro. Disporás as lâmpadas no candelabro de ouro puro para que queimem continuamente diante do Senhor”. Lev 24, 1-4.

A vela acesa, enquanto rezamos, tem como idéia básica a “LUZ” como oposição às “trevas” está nas suas raízes: Por exemplo, o profeta Simeão falou da vinda de Cristo como “Luz para iluminar as nações” (São Lucas, 2,20). Simeão refletia consigo mesmo a profecia do profeta Isaías sobre a vinda do Messias: “O povo que andava nas trevas viu uma Grande Luz; sobre aqueles que habitavam na sombra da morte resplandeceu uma Luz” Is 9,1. Esta profecia cumpriu-se no Novo Testamento, quando a Virgem Maria apresentou seu filho Jesus no templo de Jerusalém. (Lc. 2, 22-32:). Também Jesus identificou-se a si mesmo com estas palavras: “Eu Sou a LUZ do mundo, aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a Luz da Vida” Jo 8,12.

Acender velas é um meio poderoso de unir a nossa oração individual com a oração da Igreja e com Nosso Senhor Jesus Cristo, a Luz do mundo. Mas atenção: as velas não devem substituir nossas orações nem devemos esperar efeitos mágicos delas. Mas, como expressão de nossa presença diante do Altíssimo, para louvá-Lo e depois suplicar que Sua luz ilumine as trevas de nossos pecados, fazendo-nos deles tomar consciência para um sincero arrependimento, pedido de perdão, de ajuda e proteção na vida.

Fonte: http://vocacionadosdedeusemaria.blogspot.com/AASCJ

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