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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Desafios da evangelização


Antes de evangelizar, o importante é pertencer inteiramente a Cristo
A condição principal para a evangelização acontecer é fazer-se um com aquele que é O Evangelizador. Muitas vezes, a evangelização é tida como uma experiência de métodos, como uma maneira de proceder frente a uma análise social, e estas realidades são difíceis. Mas não podemos esquecer que em todas as épocas foi difícil evangelizar.
Quando vemos a forma como Paulo anunciou o Evangelho em Atenas ou Roma, vemos que ele teve desafios e, hoje, ainda temos grandes dificuldades, mas não podemos aumentá-las. Não sabemos se estamos dentro de uma sociedade que está em decadência e que vai se erguer, tudo isso foge do nosso alcance.
O que sabemos é o essencial do método: fazer-se um, unir o coração com o Evangelizador, que é Cristo. Aquele que construiu e edificou a Igreja é Cristo, quando disse a Pedro "tu és pedra e sobre esta pedra eu edificarei a minha Igreja".
Ele disse "EU construirei a minha Igreja", então é Cristo, que constrói e a Igreja pertence-Lhe.

Qual é, então, a condição para que a evangelização aconteça?

Que no primeiro momento, nós os evangelizadores, sejamos pedras relativamente estruturadas. Quer dizer, nós precisamos de ser cristãos sólidos, fortificados interiormente, como São Paulo diz: "fortificai o homem interior". A segunda coisa é estar inteiramente nas mãos de Cristo.

Então, se cada um de nós pertence inteiramente a Cristo e se a minha vida, o meu pensamento, as minhas energias, as minhas iniciativas são verdadeiramente conduzidas por Cristo, guiadas por Cristo e dentro da obediência de Cristo, eu estou entre as Suas mãos. E a nossa oração de cada noite é "em tuas mãos eu ponho a minha vida". Então, neste momento, Ele vai poder fazer qualquer coisa de nós.
Os grandes desafios da evangelização não são as dificuldades que encontramos na sociedade contemporânea, mas sim a nossa questão pessoal em direcção a Cristo. Se eu pertenço verdadeiramente a Cristo, posso ficar tranquilo pois Ele fará um bom trabalho comigo e em mim - Ele fará o que quiser.
O que Ele quer eu não sei ainda claramente. Eu não sou um robô, não sou uma pedra, sou uma pessoa que pensa pertencendo a Cristo, vendo a sociedade contemporânea, as questões de hoje.
Por exemplo, a questão de como falar às pessoas, como dizer uma palavra que toque o coração. A questão sobre o desafio da missão, tal como ela é questionada será uma análise intelectual, missionária, sociológica, do mundo contemporâneo, porém secundária.

Um dia, um aluno de uma escola de engenharia da cidade de Lyon questionou ao seu bispo: "Como posso fazer para evangelizar na minha escola, onde há judeus e muçulmanos? Eu não posso chegar à pessoa e dizer-lhe: tu precisas de te tornar cristão". E o bispo respondeu: "a melhor forma de ser missionário, é deixar que o Missionário com "M" maiúsculo - o único Missionário - realize toda a missão d'Ele em ti.
No dia em que Cristo tomar posse de toda a tua pessoa, segundo esta frase da segunda epístola aos Coríntios, a nossa vida não pertencerá a nós mesmos, mas àquele que é morto e ressuscitado por nós. Quando Ele cumprir toda a sua missão, no fundo do teu coração, da tua inteligência, tudo e tudo, tu podes, então, ficar tranquilo, pois as palavras serão adaptadas, a tua presença será boa e as pessoas serão tocadas pelo teu testemunho.

O primeiro desafio não é fechar-se sobre uma política astuciosa, um plano original ou um novo método adaptado às novidades da sociedade contemporânea. Mas, antes de tudo isto, o importante é pertencer inteiramente a Cristo - aí eu ficarei tranquilo, pois Ele nos adaptará. Ele sabe quem somos, para que nos fez e qual é o dom de cada um de nós.

E mais: Ele conhece e analisa a sociedade contemporânea melhor do que nós. Isto para mim é o primeiro desafio: ouvir cada uma das suas palavras e compreendê-las.

Vou dar um outro exemplo. Quando Jesus diz: "ides receber uma força e sereis minhas testemunhas aqui em Jerusalém e até aos extremos da terra", se eles fossem fracos e dissessem: "eu não irei pois, a minha avó é muito idosa, e tenho uma casa de férias perto de Jerusalém..." - coisas como estas; nós não seríamos evangelizados".
Portanto, eles compreenderam que esta palavra de Cristo tirava-os da sua pátria, da sua família, de sua casa. Eles partiram em condições de viagem mais difíceis que hoje. Foram a Chipre, Grécia, Itália, etc, e foram com a sua cultura dar unicamente uma coisa, o Evangelho.

Então, se eu sou cristão é porque eles escutaram a palavra de Cristo e a puseram-na em prática. Eles sabiam que as suas vidas pertenciam a Cristo, por isso partiram. Não conheciam os habitantes desta terra, nem conheciam o império romano, a mentalidade da época, quais eram os desafios culturais e contemporâneos da evangelização.
Eles sabiam uma única coisa: que eles pertenciam a Cristo e que, quando Cristo os enviava em missão, era preciso partir e anunciar o Evangelho. E eles partiram... Graças a eles, hoje eu sou cristão.
E como eu quero que as pessoas também hoje sejam cristãs a sério, eu não tenho outra solução do que fazer igual: partir e ir pela rua, pelas periferias, ir aos jovens, aos adultos, etc., dizendo até que ponto eles são amados, até que ponto o amor de Deus chega até eles.
Hoje, nas suas vidas, e no nosso mundo, no fundo, este é o grande desafio da missão: fazer com que as pessoas compreendam que são amadas e até que ponto elas são amadas. Isto é o reconforto mais sólido e profundo.
fonte: JAM

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