quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O milagre da travessia do Mar Vermelho estudado por cientistas – 2
Travessia do Mar Vermelho, Ivan Aivazovsky. Há muita discussão científica séria sobre qual foi o local exato da travessia.
A maioria dos cientistas que estudam o texto bíblico, e que são citados pelos autores Carl Drews e Weiqing Han, julgam que a melhor tradução para o nome hebraico “Yam Suph” não é “mar Vermelho”, mas sim “mar de Caniços”.
Esta denominação geográfica designa uma área pantanosa (daí os caniços, plantas aquáticas) onde o Nilo encontra o mar Mediterrâneo.
E, de fato, as rochas e sedimentos da região do delta do Nilo nessa época apontam a presença de um grande braço do rio que se conectava com uma lagoa salobra, chamada “lago de Tânis”.
O vento do oriente descrito no Êxodo, segundo esta tese científica, teria feito recuar as águas rasas (com cerca de 2 m de profundidade) do braço do Nilo e do lago. Isso teria permitido a passagem de Moisés e seu povo para longe dos guerreiros do faraó.
Há uma certa hostilidade contra o professor Drews porque é cristão e tem um site no qual defende a compatibilidade entre ciência e fé. Mas esta hostilidade não é parte da ciência e se insere num debate filosófico-teológico.
Han e Drews não pretendem ter provado o milagre do ponto de vista sobrenatural e religioso. É razoável, pois não é esta tarefa do cientista. Eles sustentam que os fatos naturais referidos na narração bíblica não contrariam a ordem da natureza e mostram como poderiam ter acontecido.
Os cientistas citam a ocorrência de fenômenos parecidos em épocas mais ou menos recentes. Um vento conseguiu façanha parecida em 2006 e 2008 no lago Erie, nos EUA. No fim do século 19, oficiais britânicos viram algo do tipo acontecer no próprio Nilo.
O recuo das águas pelo vento no Nilo foi testemunhado pelo major-general Alexander Tulloch, do Exército britânico, em 1882 no lago Manzala, norte do Egito. Ele escreveu em artigo:
“Certo dia, uma rajada de vento leste se tornou tão forte que tive de parar de trabalhar. Na manhã seguinte, descobri que o lago Manzala tinha desaparecido totalmente. O vento na água rasa havia levado o lago para além do horizonte, e os nativos estavam caminhando na lama, num local onde, no dia anterior, havia barcos de pesca flutuando n’água.”
O próprio Tulloch ficou impressionado pela similitude entre o que viu e o relato do Êxodo.
“Ao notar esses efeitos extraordinários, passou pela minha cabeça que eu testemunhara um evento similar ao que aconteceu entre 3.000 e 4.000 anos atrás, na época da travessia do chamado mar Vermelho pelos israelitas”, escreveu o oficial.
É de se notar apenas que o fenômeno foi semelhante mas não idêntico: os judeus atravessaram a pé enxuto enquanto que os nativos caminhavam na lama.
O milagre consistiu em que Deus fez acontecer esse fenômeno natural ‒ “um vento impetuoso vindo do oriente, que soprou toda a noite” que “pôs o mar a seco” ‒ raríssimo ‒ se não é único ‒ através dos séculos e dos milênios, no exato momento em que os judeus iam serem capturados ou mortos pelos egípcios. E as águas fecharam-se no exato momento em que o exército do faraó estava no meio.
O gesto de Mosés estendendo as mãos sobre as águas ‒ um gesto de mando e oração ‒ do ponto de vista humano é absolutamente incapaz de produzir os fenômenos de abrir as águas e depois fechá-las, aliás num momento tão específico como se lhe obedecessem.
Deus quis a oração do profeta para mostrar que:
1) só Deus podia desencadear esse jogo de forças da natureza com pasmosa coincidência,
2) Moisés era o enviado dEle e sem a mediação do profeta Deus não teria feito o milagre.
Há outras hipóteses cientificas sobre o local exato do milagre que ainda estão sendo discutidas.
O trabalho dos cientistas Carl Drews e Weiqing Han tem o mérito de confimar o relato bíblico em seu aspecto natural, que para alguns fracos de fé podia parecer fantasia.
Se nesse ponto prático a Bíblia, mais uma vez, tem razão, então, em sã lógica deve se supor que o milagre aconteceu, como a Revelação e a Fé nos ensinam.
Fonte: Ciência Confirma Igreja/AASCJ
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