sábado, 18 de dezembro de 2010
Santa Sé critica repressão religiosa na China
A Santa Sé lamentou hoje a realização de uma assembleia de "representantes católicos na China", sem autorização do Vaticano, criticando duramente a "atitude repressiva" de Pequim em relação às religiões.
Em comunicado oficial, a Santa Sé considera que esta reunião foi "imposta a vários bispos, padres, religiosos e leigos".
Para os responsáveis do Vaticano, trata-se de uma "grave violação" dos direitos humanos, em particular da liberdade "de religião e de consciência" de todo os que foram "forçados a tomar parte na assembleia".
A oitava assembleia de representantes católicos chineses decorreu em Pequim, de 7 a 9 de Dezembro, apesar da oposição da Santa Sé e da resistência de muitos católicos do país.
Durante as reuniões, foi eleito o presidente nacional da Assembleia Patriótica Católica (APC), controlada por Pequim, e o presidente do Conselho dos Bispos Chineses, dois organismos que tentam edificar uma Igreja independente da autoridade do Papa.
A Santa Sé aponta o dedo ao "persistente desejo de controlar a área mais íntima da vida dos cidadãos, nomeadamente a sua consciência" e pede que a China não interfira "na vida interna da Igreja Católica", algo que, considera, retira "crédito" ao país.
Segundo o referido comunicado oficial, estas tentativas são um "sinal de medo e fraqueza", de "intolerância intransigente".
A APC foi criada em 1957, para evitar "interferências estrangeiras", em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.
O Vaticano tem manifestado, por diversas vezes, o desejo de que a China respeite a liberdade de culto e de religião no país, cuja ausência afecta de forma especial milhões de católicos que vivem a sua fé na clandestinidade.
Fonte: Agência ECCLESIA
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